O director nacional da Cáritas da República Democrática do Congo, Bruno Miteyo, pediu o apoio do governo e da sociedade espanhola para continuar a ajudar os cerca de 1 milhão e meio de refugiados que fugiram das suas casas nos últimos meses. Os refugiados fugiram por causa dos ataques de diversos grupos armados à população civil. Durante uma conferência de imprensa, realizada na sede da Cáritas espanhola, Bruno Miteyo recordou que há dois anos esteve na Espanha “para alertar sobre o drama de quatro milhões de mortos no meu país por causa da violência”. “Agora regresso para lhes confirmar que as vítimas mortais já são cinco milhões. Eu não gostaria de ter que voltar dentro de pouco para dizer-lhes que os mortos continuam a aumentar”, Por isso, afirmou ser é urgente que todos “tomem consciência do que se passa a uma distância de apenas oito horas de viagem, para poder salvar a vida de muitas pessoas”. Para o director da Cáritas R.D.Congo, “os governos ocidentais sabem perfeitamente quais são as raízes do problema da violência que se vive em meu país, quem financia a compra de armas, quem beneficia realmente da exploração dos recursos naturais de meu país”. Neste sentido, Miteyo apelou aos poderes públicos espanhóis “para assumirem um papel mais activo no seio da comunidade internacional, com base nos compromissos assumidos pelo próprio governo”. O director da Cáritas do Congo referiu também o papel de mediação e pacificação desenvolvido pelas MONUC (a missão das Nações Unidas no Congo) e recordou a recente interpelação dos próprios bispos congoleses aos responsáveis da missão internacional para denunciar como “a maior parte das violações dos direitos humanos ocorre a menos de duzentos metros de onde se encontram os boinas azuis, sem que façam nada para evitar”. O director da Cáritas Congo pediu a colaboração dos meios de comunicação para evitar que o drama que se vive no mais vasto país da África não seja esquecido. Nos últimos meses, quando ocorreu a reactivação dos conflitos armados em todo o leste do país, a Cáritas Congo lançou à rede internacional da Cáritas um total de quatro pedidos urgentes de ajuda de emergência para auxiliar os desabrigados num valor total de 8 milhões de euros. Redacção/Zenit