Cáritas algarvia entregou casa a vítima dos incêndios

A Cáritas Diocesana do Algarve entregou no passado sábado a 14ª casa recuperada dos incêndios de 2003 e 2004 que assolaram a região. Francisco Guerreiro da Silva viu a sua casa, no lugar de Arão, na freguesia da Mexilhoeira Grande, ficar totalmente destruída depois da passagem das chamas que lavraram naquela zona interior do concelho de Portimão no Verão de 2003. O homem, que vivia sozinho e que estava em casa, só teve tempo para fugir, largando todos os seus haveres para trás. Proprietário de uma outra casa antiga, mas alugada, Francisco da Silva, viu-se sem um tecto para se abrigar e restou-lhe o acolhimento dos sobrinhos. A Cáritas do Algarve, conforme esclareceu o seu presidente, Carlos Oliveira, “só soube deste caso em 2005 quando contactou as Câmaras Municipais cujos concelhos tinham sido afectados pelos fogos de 2003 e 2004, no sentido de disponibilizar a sua colaboração para a prevenção”. “Foi-nos colocada pela autarquia a questão desta casa que estava para ser reconstruída e que outras entidades não tiveram uma resposta imediata, nós resolvemos a questão e em 6 meses a casa ficou pronta”, complementou aquele responsável. Na celebração de inauguração e bênção da nova habitação, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, considerou a iniciativa “uma acto de justiça”. “Neste caso, o senhor Francisco pouco tem a agradecer porque no fim é um acto de justiça que aqui se pratica, pois, desgraçadamente, foi vítima de uma situação perante a qual foi alheio”, afirmou, lamentando a ausência de mais jornalistas. “Gostaríamos de ver a comunicação social também aqui, nestes momentos, para que o povo, que nos confiou os seus donativos, pudesse ver aonde é que estamos a aplicá-los”, concretizou, aquele responsável nacional. Manuel da Luz, presidente da Câmara Municipal de Portimão, que se mostrou “feliz” com a sua presença, pois “estes gestos de solidariedade têm mais significado do que outras coisas que às vezes se fazem por aí”, salientou o “direito à habitação” como “indispensável à condição humana”. Para o autarca é preciso “aprender com o que se passou” e “tirar as devidas ilações em termos de prevenção dos fogos e também para evitar erros e omissões e até aprofundar o relacionamento com outros parceiros”. O edil sublinhou a importância da colaboração dos restantes parceiros sociais, criticando o poder central. “Tanto o voluntariado como as instituições que trabalham na área da acção social são parceiros indispensáveis e devem ser cada vez mais privilegiados pelo poder local. O poder central está muito longe. Até psicologicamente mais longe do que fisicamente”, referiu, congratulando-se por se ter conseguido concretizar “um gesto de solidariedade”. A Cáritas do Algarve aplicou 83.490 Euros na reconstrução desta 14ª casa. Em declarações à “Folha do Domingo”, Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, relata que “começámos este processo com uma candidatura ao Ministério da Segurança Social e à Cruz Vermelha, que nunca obteve resposta, e só a Caritas é que nos resolveu o problema numa questão de minutos”.

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