Caridade, marca da Vida Consagrada

Semana de Estudos sobre Vida Consagrada aborda desafios lançados por Bento XVI às comunidades do nosso país Reflectir sobre a sociedade em mudança, onde os religiosos se inserem, mas que cada vez mais querem conhecer para ai desenvolver o seu trabalho, no carisma que escolheram. Sob o tema geral “Deus Amor e Vida Consagrada” os religiosos estão a a reflectir em Fátima, reunidos na XXIII Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada. A prática da Caridade é um desafio lançado por Bento XVI na Encíclica Deus Caritas Est. “Os religiosos como pessoas da caridade na Igreja querem levar esse apelo à prática”, explica o Padre Gomes Dias, um dos responsáveis pela Semana de Estudos. A prática da caridade, através de casos concretos, tem ganho especial destaque neste encontro. Com o objectivo de ilustrar as várias formas de caridade que a vida religiosa ajuda a concretizar, alguns painéis ilustraram acções de assistência às vítimas de tráfico de seres humanos, ou assistência à prostituição, por exemplo, “e foi especialmente importante sermos interpelados por pessoas que estão no terreno”, afirma o Pe. Manuel Barbosa, Presidente da CIRP. Ao nível de assistência ao tráfico de seres humanos, são os religiosos que desenvolvem este trabalho, a sociedade civil ainda não «acordou» para este drama e trabalho. “Vai havendo alguma abertura para este trabalho, mas a sociedade ainda não se deu conta desta realidade”, afirma o Pe. Manuel Barbosa, à Agência ECCLESIA. Foi criada agora uma comissão na CIRP- Comissão de Assistência às Vítimas de Tráfico de Seres Humanos, “dando resposta a uma preocupação que já existe”, manifesta o Presidente da CIRP. Aqui, a Igreja avançou com respostas que a sociedade ainda não deu. “É uma gota, mas representam acções muito válidas”, e são exemplos “vivos do trabalho que se faz, principalmente nos meios urbanos”. “Portugal é o país com um maior índice de casas de alterne na Europa”, número desconhecido para o Presidente da CIRP, elucidando o quanto “a dimensão social está bem presente no nosso trabalho”. Há uma grande preocupação com a forma actual como a sociedade vive. Esta tarde, “vamos conhecer outras formas de caridade”, explica, nomeadamente através do testemunho de um casal e de uma jovem que fez voluntariado, “pois são diferentes formas de vida que também nos interpelam a nós e a nossa identidade”. Os contributos externos são essenciais, “temos de estar abertos à mudança”, refere. “Não temos só que lançar a rede, mas sim de nos lançarmos à rede”, partindo para realidades, num “desafio alegre”. E adianta que os institutos religiosos “estão atentos aos desafios actuais”. Importa sim “estar atento às novas linguagens e novas formas de comunicação, para isso contamos com o contributo de pessoas externas à vida religiosa”, assegura o Pe. Gomes Dias. Os vários gestos de caridade, “na vida religiosa, através do voluntariado, ou na vida de casal representam acções que ajudam a construir uma comunhão”, sublinha. Nos bairros periféricos de Lisboa “existem pequenas comunidades de religiosos”, facto que parece passar despercebido da maioria das pessoas, mas “religiosos que desenvolvem trabalho no terreno”, explica o Pe. Gomes Dias. Os valores que a Igreja defende não estão em alta, “mas são valores e de alguma maneira têm de ajudar a construir uma nova sociedade”, defende.

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