Minho é uma «reserva espiritual e moral do país» O Cardeal Saraiva Martins considerou ontem que o Minho, e em especial as cidades de Braga e Guimarães, é «uma espécie de reserva espiritual e moral do país». Convidado a fazer um balanço dos dois dias que passou na Arquidiocese de Braga, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos disse ter ficado muito impressionado com a fé deste povo. «Aqui eu vi uma fé concreta e existencial, não puramente teórica, mas vivida. Este é, realmente, um exemplo para os outros países. Aqui ainda se vive a fé com uma convicção profunda. Aqui não se põem dúvidas, mas vive-se aquilo em que se acredita e essa é a verdadeira fé cristã», salientou. Em declarações ao Diário do Minho, o Cardeal Saraiva Martins realçou que, desta sua estadia, ficou com a impressão que, nesta Arquidiocese, o povo de Deus ainda vive em profundidade a sua fé e não tem medo e nem vergonha em proclamar a sua fé. «Para mim isto é um significado muito belo das procissões que são muito frequentes nesta região do país. É o modo que tem o povo de Deus de exprimir publicamente, e não só no sacrário da sua consciência, a sua fé profunda no Evangelho, em Cristo, na Igreja», disse. Para D. Jorge Ortiga, nesta vinda à Arquidiocese de Braga para presidir às Festas Gualterianas, em Guimarães, numa presença profundamente vivida, o Cardeal Saraiva Martins teve a oportunidade de compreender e verificar a religiosidade do povo desta região, quer na Eucaristia quer na procissão. Ainda segundo o Arcebispo de Braga, nesta deslocação, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos teve também ocasião de perceber «o empenho das diversas irmandades existentes em Guimarães numa dimensão social e, particularmente da Irmandade dos Santos Passos na coragem de construir nos tempos que correm um colégio para o ensino particular». Por outro lado, D. Jorge Ortiga disse também ter guiado, numa visita rápida, o Cardeal Saraiva Martins por alguns monumentos, que o motivaram para uma nova deslocação a Braga.