Canonizações: Postulador da causa de João Paulo II defende seriedade do processo e refuta acusações

Padres Slawomir Oder e frei Giovangiuseppe Califano, que promoveu processo de João XXIII, inauguraram ciclo de encontros com jornalistas

Cidade do Vaticano, 22 abr 2014 (Ecclesia) – O sacerdote polaco Slawomir Oder, postulador da causa de canonização João Paulo II, assegurou hoje que o processo seguiu todas as regras canónicas e deu voz aos que se opunham à beatificação, com “clareza”.

Neste contexto, aludiu às acusações de que o futuro santo teria ignorado as alegações sobre abusos sexuais cometidos pelo falecido padre mexicano Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo.

“Não existe nenhum sinal de envolvimento pessoal do Papa nestes acontecimentos”, disse o padre Oder, numa afirmação vincada em seguida pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Os Legionários de Cristo admitiram em 2010 que o seu fundador “teve uma filha, resultado de uma relação prolongada e estável com uma mulher, e outras condutas graves”, incluindo “atos de abusos sexuais de seminaristas menores”.

Os responsáveis do Vaticano sublinharam hoje que a Congregação da Doutrina da Fé (Santa Sé) foi questionada a este respeito e que foram analisados os “documentos pessoais” de João Paulo II.

Os postuladores das causas de canonização dos Papas João XXIII e João Paulo II, padres Slawomir Oder e Giovangiuseppe Califano, inauguraram hoje no Vaticano um ciclo de encontros com jornalistas para abordar a vida dos futuros santos.

O padre Oder, a quem a Diocese de Roma confiou o papel de ‘advogado’ de Karol Wojtyla no processo que se iniciou em 2005, referiu algumas caraterísticas fundamentais do itinerário de vida de João Paulo II: uma “fé simples”, a “profundidade mística” e a “coragem”.

Frei Giovangiuseppe Califano disse por sua vez que o anúncio da canonização de João XXIII, em julho de 2013, foi acolhido com “alegria e emoção”, no 50.º aniversário da sua morte e no contexto do Ano da Fé.

Segundo o postulador, logo após a morte do Papa italiano, em 1963, os fiéis sentiram o “perfume de santidade”, uma fama que se prolongou até aos dias de hoje.

O religioso afirmou que o desejo de santidade de Angelo Roncalli se manifestou desde criança, uma santidade entendida como “abandono à providência”.

Para este responsável, João XXIII, o ‘Papa bom’, é assim recordado devido à “sua proximidade e doação de pastor e padre, e à sua enorme cordialidade e obediência”.

RV/OC

 

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