Campanha por Darfur promoveu concentração junto à Embaixada da China

A seis meses do início dos Jogos Olímpicos em Pequim, Lisboa juntou-se a outras cidades no mundo para pedir uma maior acção da China em relação ao conflito no Darfur. Representantes das organizações que integram a Campanha Portuguesa por Darfur concentraram-se Terça-feira, junto à Embaixada da República Popular da China. Numa altura em que faltam seis meses para o início dos Jogos Olímpicos em Pequim, este conjunto de organizações pretende pressionar a China a utilizar toda a sua influência junto do Sudão para parar a violência em curso e a crise humanitária que assola Darfur. No momento em que atletas de todo o mundo se preparam para competir pelo ouro em Pequim, activistas premiaram a China com uma medalha simbólica pelo contínuo apoio ao regime do presidente sudanês, Omar al-Bashir. A ocasião serviu, também, para a entrega na Embaixada, de uma carta aberta endereçada ao Presidente da China, Hu Jintao, coordenada pela Nobel Women’s Initiative e pelo grupo Globe for Darfur – subscrita por 8 prémios Nobel, incluindo o Arcebispo Desmond Tutu, o Bispo Ximenes Belo e Jody Williams, parlamentares de todo o mundo e atletas olímpicos. Algumas personalidades portuguesas juntaram o seu nome a esta carta, incluindo os eurodeputados, Ana Gomes e José Ribeiro e Castro, a artista plástica, Joana Vasconcelos e o antigo campeão nacional de surf, Marcos Anastácio, para convencer o Presidente da China a intensificar a pressão diplomática junto do Sudão e trazer a paz para Darfur. A concentração em Lisboa fez parte de um esforço internacional. Um dos momentos mais mediáticos aconteceu quando o norte-americano Steven Spielberg abandonou o cargo de consultor artístico dos Jogos Olímpicos de Pequim, por considerar que a China não está a contribuir para o final «do continuado sofrimento humano no Darfur», explicou. Aludindo à insegurança na região, bem como à significativa obstrução sudanesa à força de manutenção de paz, UNAMID, activistas apelam à China – principal aliado diplomático, maior fornecedor de armamento e maior investidor estrangeiro e parceiro comercial do Sudão – para usar a sua posição única e liderar o mundo na conquista da paz e segurança para a população darfuri. Os activistas consideram que os esforços mediáticos da China para fazer passar uma imagem de actor responsável no processo de resolução do conflito no Darfur, revelaram apenas uma parte da história. Enquanto a aprovação da Resolução 1769, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que autoriza o envio de uma força híbrida de manutenção de paz para a região, ocorreu, de facto, durante a presidência chinesa do Conselho de Segurança da ONU, fontes indicam que a China também trabalhou no sentido de enfraquecer os termos da resolução. O comércio entre a China e o Sudão mais que duplicou na primeira metade de 2007, e recentes estudos sugerem que armas chinesas continuam a ser utilizadas contra o povo de Darfur. Finalmente, os cinco pacotes de ajuda humanitária concedidos pela China ao Darfur – que na totalidade perfazem menos de 11 milhões de dólares – representam um valor inferior aos 13 milhões de dólares concedidos pela China, a uma taxa de juro zero, para a construção de um novo palácio presidencial em Cartum. Em vez de continuar a apoiar o genocídio em Darfur, a China deve cessar a venda de armamento ao governo sudanês, providenciar uma maior ajuda humanitária à população civil do Darfur, pressionar o Sudão para que permita um rápido e efectivo destacamento da força de manutenção de paz, UNAMID, e contribuir com alguns dos helicópteros necessários para transporte e segurança. Campanha por Darfur Lançada em Agosto de 2007, a Campanha por Darfur resulta da reunião de várias organizações com o objectivo de sensibilização para a crise humanitária no Darfur. São membros da campanha as organizações: Africa-Europe Faith and Justice Network; Amnistia Internacional (Portugal); Caritas Portuguesa; Fundação Gonçalo da Silveira; Fundação Pro Dignitate; Fundação Ajuda à Igreja que Sofre; Comissão Nacional Justiça e Paz; Comissão Nacional Justiça e Paz dos Religiosos; Missionários Combonianos; Missionárias Combonianas; TESE – Associação para o Desenvolvimento. www.pordarfur.org

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