Braga: Capela Imaculada é uma «ponte entre a Igreja e a arte»

Representação de «Nossa Senhora da Humildade» surpreende no meio do templo e desafia para «outra maneira de participação litúrgica»

Lisboa, 24 mar 2016 – O professor da Faculdade de Teologia Joaquim Félix afirmou à Agência ECCLESIA que a Capela Imaculada é uma “ponte entre a Igreja e a arte”, com uma arquitetura “sincera”, que desafia “outra maneira de participação litúrgica”.

“A arte e estes espaços convocam-nos para diálogos contínuos, abertos, que não excluem ninguém”, disse o padre Joaquim Félix ao programa ECCLESIA hoje emitido na RTP2.

A Capela Imaculada está integrada no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, foi construída na década de 1940, com capacidade para 700 pessoas, e recentemente foi alvo de uma intervenção de remodelação e readaptação do espaço, concluída no fim de 2015.

Para o padre Joaquim Félix, a intervenção nos espaços litúrgicos deve “construir pontes”, numa arte que “não se quer espetacular”, mas numa “arquitetura que se quer sincera, verdadeira, honesta, simples”.

“Hoje é fundamental construir pontes entre a Igreja a arte, os artistas e todos aqueles que podem encontrar-se com o melhor de si mesmos”, sublinhou.

A Capela Imaculada apresenta, no início do templo, uma construção em madeira, que remete para a ideia de uma floresta, e que faz a “Capela Cheia de Graça”, um oratório que tem a sustentar o altar um pilar de pedra da região com quase cinco toneladas.

Na base do pilar está uma orelha que assinala a dimensão da escuta que o ambiente de oração proporciona, através de “um diálogo não com uma pedra, mas com Cristo”, refere o padre Joaquim Félix.

No meio do ambiente litúrgico está a representação de “Nossa Senhora da Humildade”, uma “obra de arte que tem surpreendido muitas pessoas e as desafia para um trabalho de sensibilidade e devoção e para outra maneira de participação litúrgica”.

Para o professor de Liturgia na Faculdade de Teologia, em Braga, a representação de “Nossa Senhora da Humildade “gera no espaço um ambiente de cenáculo”.

A colocação do ambão no meio do ambiente celebrativo afirma a “centralidade promovida a partir da Palavra”, adianta o sacerdote da Arquidiocese de Braga.

O altar é “uma pedra flutuante sobre água, uma nova criação, uma ponte”, o que cada um que contempla ou se serve do altar “quiser valorizar”.

Por baixo do altar está a água, o “dinamismo da vida da água”, com um “circuito que não está fechado”.

A Capela Imaculada, os espaços litúrgicos e vários elementos artísticos que criam um ambiente de celebração e oração foram apresentados pelo padre Joaquim Félix ao programa Ecclesia, numa reportagem emitida esta quinta-feira da Semana Santa, com uma versão alargada que pode ver aqui.

HM/PR

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