Bispos dos EUA pedem respeito pela vida

O Episcopado norte-americano apoia, na generalidade, o plano de reforma dos cuidados de saúde proposto por Obama

"Uma reforma genuína dos cuidados de saúde, que proteja a vida e a dignidade de todos, é um imperativo moral e uma obrigação nacional vital", afirmou o bispo de Rockville Centre, Nova Iorque. Em carta dirigida ao Congresso e ao Senado, D. William Murphy resumiu as prioridades políticas da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos no que diz respeito aos cuidados de saúde.

A missiva, datada de 17 de Julho, expressou o apoio à reforma proposta por Barack Obama, mas advertiu contra a inclusão do aborto nessa reestruturação.

Escrevendo em nome dos bispos, como presidente da Comissão Episcopal para a Justiça e Desenvolvimento Humano, D. Murphy referiu que, durante décadas, os prelados defenderam reformas profundas do sistema de saúde.

Para o episcopado norte-americano, a reestruturação deve estar sujeita a quatro critérios: respeito pela vida e dignidade humanas, acesso garantido a toda a população, pluralismo e distribuição equitativa de custos.

Atenção especial ao respeito pela vida e ao acesso universal

No que se refere à vida e dignidade humanas, D. Murphy afirmou que "nenhum plano de reforma dos cuidados de saúde deverá forçar-nos (…) a pagar pela destruição da vida humana. (…) Qualquer acção desse género será moralmente errada."

Depois de mencionar a cobertura dada por fundos estatais ao aborto, D. Murphy acrescentou: "A reforma dos cuidados de saúde não pode ser um veículo para desprezar este consenso que respeita a liberdade de consciência e honra as nossas melhores tradições americanas. Qualquer legislação dever reflectir as actuais políticas, amplamente suportadas desde há muito tempo, sobre fundos, mandatos e protecções de consciência", porque elas representam uma moral segura e uma política sábia.

Em relação ao usufruto generalizado, o prelado afirmou: "Todas as pessoas precisam e devem ter acesso a cuidados de saúde extensíveis e de qualidade". Esta condição, continuou D. Murphy, "não deve depender da idade, de os seus familiares trabalharem ou não, de quanto é que ganham, de onde vivem ou nasceram. A Conferência dos Bispos acredita que a reforma de saúde deve ser verdadeiramente universal e autenticamente acessível."

Depois de referir que esta reestruturação não abrange algumas famílias, bem como muitos imigrantes, o prelado pediu ao Congresso que financie adequadamente as clínicas e hospitais que sirvam como uma rede de segurança para essas pessoas.

O apoio, com reservas, dos bispos dos EUA, surge numa altura em que Barack Obama tem enfrentado algumas dificuldades na aprovação da reforma, não só por parte dos seus adversários políticos (Republicanos), mas também de alguns membros do Partido Democrata, a que pertence.

Foto: D. William Murphy

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