Bispos da África e Europa alertam das novas escravidões

O bicentenário do fim da escravidão na África foi ocasião para uma reflexão e um alerta episcopal africano-europeu sobre as “novas escravidões” do mundo de hoje. A cidade ganesa de Cape Coast acolheu, de 13 a 18 de Novembro, um seminário – com trinta participantes, entre bispos, membros da Cúria Romana e organismos de solidariedade – organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) e pelo Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM). “Muitas pessoas, na Europa e na África, continuam a ser escravas da pobreza e da injustiça, sobretudo pela falta de uma distribuição equitativa dos recursos do planeta”, denunciou na abertura dos trabalhos o Cardeal Josip Bozanic, Arcebispo de Zagreb e vice-presidente do CCEE. A iniciativa faz parte de um projecto trienal (de 2007 a 2010) que prevê seminários na Europa e África para tornar realidade uma maior comunhão e solidariedade entre as Igrejas neste tempo de mobilidade humana. Com a secularização, que tende a relegar Deus à esfera privada da existência humana, e um crescente fundamentalismo religioso que quer se impor à força, o drama da escravidão assumiu formas novas, advertiu o purpurado. Disso se faz eco a Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos – através de seu órgão informativo “Fides” –, junto à exortação do cardeal Bozanic a propósito do destino comum de Europa e África. «‘Conheço os sofrimentos do meu povo’ (Ex 3, 7). A escravidão e as novas escravidões» foi o tema deste seminário, que percorreu a perspectiva bíblico-teológica do fenómeno, as experiências de escravidão vividas em ambos os Continentes, a reconciliação e a cura da memória, o vínculo entre migrações e novas escravidões, bem como a libertação destas últimas – prostituição, escravidão infantil, tráfico de mulheres, crianças e de órgãos – e o trabalho dos imigrantes. Redacção/Zenit

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