D. António Carrilho vai presidir, entre 16 e 23 de Dezembro, às “novenas” ou “Missas do Parto” em várias comunidades paroquiais da nossa diocese. Este evento que prepara o Natal madeirense destaca-se por alguns aspectos únicos, a começar pela hora matinal em que ocorre, normalmente a partir das cinco ou seis horas da manhã, entre outras especificidades que mantêm viva esta tradição secular. Não há “Festa” na Madeira sem as “Missas do Parto”, assim confirma a religiosidade popular desde há séculos. As “novenas” em honra de Nossa Senhora celebram-se pela madrugada, a partir do dia 16 de Dezembro, e estão entre as maiores manifestações da cultura madeirense. Em tempo de Advento, é habitual ouvir por toda a parte um conjunto de versos que já se tornaram num hino à Virgem: “Virgem do Parto, oh Maria, Senhora da Conceição/ dai-nos as festas felizes, a paz e a salvação”, assim se entoa no final de cada novena, em todas as paróquias da nossa diocese. Tradição natalícia madeirense é única D. António Carrilho vai presidir às Missas do Parto em várias paróquias, a começar pela paróquia do Curral das Freiras (16 de Dezembro) às seis e meia da manhã; passando pelo Porto da Cruz, paróquia da Sé, entre outras, e terminando na paróquia de Santo António (23 de Dezembro), às seis da manhã. Segundo o Bispo do Funchal, em recentes declarações ao JM, “esta tradição não se verifica no continente, apenas existem celebrações dedicadas à Senhora do Ó”; mas de facto “constitui uma “vivência especial de preparação para o Natal, pelo que terei muito gosto em participar”, frisou. Na Madeira, por outro lado, o presépio também é feito de forma diferente, é a chamada “lapinha” em que o “Menino Jesus” está de pé, no cimo de uma escadaria, “no seu trono”, colocando-se à sua volta frutas, verdura, as searinhas (que se “deitam na primeira Missa do Parto”) e uma lamparina sempre acesa. No campo ou na cidade, recuperam-se cada vez mais estas vivências, numa espécie de evangelização que não deixa ninguém indiferente à mensagem proposta, ao verdadeiro significado do Natal cristão, às expressões musicais próprias deste tempo e ao convívio que se estabelece entre todos os fiéis.