Bispo do Algarve apela à fraternidade e ecologia humana

Pela sexta vez consecutiva a celebrar no primeiro dia do ano a sua missa estacional da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, em Loulé, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, a Mãe Soberana, o Bispo do Algarve apelou, em consonância com a mensagem do Papa para aquele mesmo dia, à defesa e preservação da natureza.

D. Manuel Quintas, que começou por louvar a Deus por todos os dons concedidos ao longo do ano que terminou e por invocar “a bênção de Deus para cada um dos dias do ano”, desejou que 2010 seja um ano de paz e lembrou que esta também só será possível se se souber “defender e preservar” o planeta.

Abordando a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz que se assinalava simultaneamente no primeiro dia do ano, o Bispo do Algarve defendeu a necessidade de se “preservar a pessoa humana e colocá-la no centro da obra da criação”. Com base na mensagem de Bento XVI intitulada ‘Se quiseres cultivar a Paz, preserva a criação’, D. Manuel Quintas lembrou que a defesa ambiental “é um problema de todos”. “É pena que aquilo que preside tantas vezes à abordagem deste tema sejam razões de ordem económica e não a defesa da pessoa”, lamentou, acrescentando que “é importante colocar a natureza ao serviço do homem, mas é importante também preservar a pessoa humana”. Frisando a importância da “ecologia humana”, destacada por Bento XVI, D. Manuel Quintas apelou ao “dever de todos” na preservação da natureza como “caminho de construção da paz”. “Devemos empenhar-nos em fazer com que este mundo, que herdámos e que queremos deixar a outros, seja cada vez mais humanizado e verdadeiramente ao serviço da pessoa e possibilite uma vida em paz”, disse.

O Bispo diocesano, que invocou a bênção de Deus e a protecção de Nossa Senhora da Piedade para a Diocese do Algarve e para o mundo, apelou também a que se privilegiem “relações de fraternidade”. “Devem ser estas relações que nos levam a acolhermo-nos uns aos outros, a apoiarmo-nos mutuamente e a irmos ao encontro daqueles que mais precisam. É importante iniciar o novo ano com uma nova sensibilidade no que diz respeito ao estar atentos aos outros”, exortou o Bispo do Algarve, considerando que “não vivemos momentos fáceis”. “Este tempo é difícil, para uns mais do que para outros. Sobretudo para aqueles que são atingidos pelo desemprego e são tantos na nossa região do Algarve”, alertou, apontando para as consequências que advêm dessa situação do ponto de vista pessoal e familiar. “Mesmo que não consigamos resolver as situações que afligem tantos dos nossos irmãos podemos mobilizar aqueles que têm esse dever”, considerou, apelando à procura de soluções junto da paróquia, da Caritas Diocesana, e das instituições que existem também ao nível dos municípios.

D. Manuel Quintas lembrou ainda a propósito o fundo criado na Diocese do Algarve “para ir ao encontro dessas necessidades” que resultou da “generosidade” dos cristãos algarvios no contexto da renúncia quaresmal de 2009. “Estamos a ajudar algumas famílias que batem à nossa porta”, informou.

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