Bento XVI canoniza primeiro Santo nascido no Brasil

Bento XVI canoniza esta sexta-feira Frei Galvão, que se tornará o primeiro Santo nascido no Brasil. O próprio Papa referiu-se a esta celebração como “um marco histórico” para a Igreja e a participação de largas centenas de milhares de fiéis na cerimónia confirmará a sua importância. O Beato António de Sant’Anna Galvão (1739-1822) nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, não muito longe do Santuário de Nossa Senhora Aparecida.Nasceu numa família profundamente piedosa e conhecida pela sua grande caridade para com os pobres. Baptizado com o nome de António Galvão de França, depois de ter estudado com os Padres da Companhia de Jesus, na Baía, entrou na Ordem dos Frades Menores em 1760. Foi ordenado Sacerdote em 1762 e passou a completar os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até à sua morte ocorrida a 23 de Dezembro de 1822. A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, e por uma devoção particular e uma dedicação total à Imaculada Conceição, como “filho e escravo perpétuo”. Além dos cargos que ocupou dentro da sua Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, ele é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como Mosteiro da Luz, do qual tiveram origem outros nove mosteiros. Além de Fundador, Frei Galvão foi também o projectista e construtor do Mosteiro que as Nações Unidas declararam Património cultural da humanidade. Enquanto ele ainda vivia, em 1798 o Senado de São Paulo definiu-o “homem da paz e da caridade”, porque era conhecido e procurado por todos como conselheiro e confessor, além do franciscano que aliviava e curava os doentes e os pobres, no silêncio da noite. Na cerimónia de beatificação, a 25 de Outubro de 1998, João Paulo II lembrava Frei Galvão pela “sua fé genuinamente franciscana, evangelicamente vivida e apostolicamente gasta no serviço ao próximo, servirá de estímulo para o imitar como «homem da paz e da caridade»”. O milagre para a canonização teve lugar em 1999, quando uma brasileira deu à luz um bebé saudável apesar de enfrentar uma gravidez de alto risco. Sandra Grossi de Almeida acredita ter sido salva graças à ingestão das “pílulas milagrosas” de Frei Galvão. As “pílulas” de Frei Galvão O religioso é conhecido popularmente pelas chamadas “pílulas do Frei Galvão”, orações escritas em papel de arroz e enroladas em formato de pequenas pastilhas pelas freiras do Mosteiro da Luz, centro de São Paulo. Cerca de 10 mil pílulas são distribuídas por dia no Mosteiro da Luz, onde está enterrado o religioso franciscano. Conta a lenda que, por inspiração de Nossa Senhora, Frei Galvão teria escrito num papel a frase: “Post partum, Virgo, inviolata permansisti. Dei genitrix, intercede pro nobis” (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, rogai por nós). Ele teria então enrolado esse papel na forma de um pequeno canudo, dividido em três pedaços e entregue a um homem doente, com a recomendação de que os engolisse, o que o curou. Tempos depois, outro homem teria ido ao encontro de Frei Galvão para pedir ajuda para a sua mulher, que estava em perigo durante o parto. Frei Galvão teria feito outro papel com a oração. Ela então teria engolido o papel e, milagrosamente, tido um parto normal. A partir daqui, a fama de Frei Galvão espalhou-se e muitas pessoas começaram a acorrer ao Mosteiro da Luz. A intervenção em dois milagres recentes é atribuída ao Frei Galvão: o de Sandra Grossi de Almeida, engenheira química de 37 anos, e o de Daniela Cristiana da Silva, hoje com 21 anos, depois de ter sobrevivido a uma Hepatite A que lhe foi diagnosticada depois de ter nascido com 1,8 quilos. Sandra Grossi perdeu três filhos durante a gravidez por causa de um problema congénito no útero. Apesar disso, conseguiu dar a luz o Enzo, que nasceu com os pulmões ainda em formação, mas sobreviveu. Programa (hora local, mais quatro em Lisboa) Sexta-feira, 11 de Maio de 2007 8h30 – Viagem de carro do Mosteiro de São Bento ao Campo de Marte, em São Paulo. 9h00 – Chegada ao Campo de Marte em São Paulo. Volta em papamóvel entre os fiéis. 9h15 – Chegada à Sacristia junto ao palco no Campo de Marte em São Paulo. 9h30 – Missa e Canonização do Beato Frei Galvão, no Campo de Marte. Homilia do Santo Padre. 11h45 – Regresso à sacristia. 12h – Viagem de carro do Campo de Marte para o Mosteiro de São Bento. 12h15 – Chegada ao Mosteiro. 15h40 – Despedida do Mosteiro. 15h45 – Viagem de carro aberto do Mosteiro de São Bento para Catedral de São Paulo. 16h – Encontro com os Bispos do Brasil na Catedral. Discurso do Santo Padre. 17h15 – Viagem em papamóvel da Catedral da Sé para o Campo de Marte. 17h45 – Chegada ao aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo. Saudação das autoridades locais. 18h00 – Partida em helicóptero do aeroporto do Campo de Marte em São Paulo para Aparecida. 19h00 – Chegada ao heliporto do Santuário de Aparecida. Saudação das autoridades locais. Viagem em carro aberto para o Seminário “Bom Jesus”, de Aparecida. 19h30 – Chegada ao Seminário.

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