Vaticano: Papa apela a unidade dos cristãos e pede que sejam «amigos», porque inimigos já existem «lá fora»

«Isto é muito importante: trabalhar em conjunto, porque todos acreditamos em Jesus Cristo; rezar em conjunto, rezar pela unidade», pediu a delegação ecuménica de Hong Kong

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 22 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje, no Vaticano, a um trabalho conjunto para alcançar a unidade dos cristãos, numa audiência com a delegação do Conselho Cristão de Hong Kong.

“Um grande bispo ortodoxo, Zizioulas, falecido há mais ou menos um ano, dizia que a unidade das Igrejas cristãs só a teremos no dia do Juízo Final. Mas, ‘entretanto’, dizia ele, ‘temos de rezar juntos e trabalhar juntos’. Isto é muito importante: trabalhar em conjunto, porque todos acreditamos em Jesus Cristo; rezar em conjunto, rezar pela unidade”, afirmou, num discurso espontâneo, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O pontífice pediu aos cristãos que sejam “amigos”, porque inimigos já existem muitos “lá fora”.

“Um outro grande Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, quando recebeu o Papa Paulo VI, disse esta bela frase: ‘Façamos uma coisa: ponhamos os teólogos todos numa ilha, porque eles brigam entre si e nós continuamos em paz’. Muito bonito! O importante: temos o mesmo Batismo e isso faz de nós cristãos. Inimigos, temos muitos lá fora. Nós somos amigos! Inimigos, lá fora; aqui, amigos”, defendeu.

Referindo-se a “inimigos”, o Papa lembrou a realidade apontada pelo Senhor de que “a Igreja será sempre perseguida”, afirmando que o “martírio da fé” está sempre presente na história das igrejas cristãs.

“Há dois batismos: um, que todos nós temos – o Batismo que recebemos -, e o outro, que o Senhor chama de ‘Batismo de sangue’: o martírio. E todos nós sabemos o que é o martírio para tantos cristãos que deram suas vidas pela fé”, evocou.

Já esta terça-feira, o Papa Francisco participou numa conferência sobre o ‘Concilium Sinense’, primeiro e único concílio da Igreja Católica na China, através de uma mensagem vídeo dirigida aos participantes, elogiando o papel dos católicos no país e pedindo construção da paz perante a ameaça das guerras em todo o mundo.

A Universidade Pontifícia Urbaniana, de Roma, acolheu a iniciativa que decorreu com a presença dos cardeais Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

LJ/OC

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