Aveiro: Na paróquia da Vera-Cruz, os «pais viraram catequistas» dos filhos

Depois da experiência da catequese familiar, o pároco lançou o convite para responder a limitações impostas pela pandemia

Aveiro, 19 out 2020 (Ecclesia) – O pároco da Vera-Cruz, na Diocese de Aveiro, desafiou os pais a juntarem-se às catequistas para dinamizar a catequese do 4.º ano, “uma solução que faz ter mais catequistas” e “aumentar o número de grupos” que a pandemia veio impor.

“Já havia a experiência da catequese familiar até ao 3.º ano então pensámos convidar os pais a aliarem-se às catequistas, eles mesmos virarem catequistas dos filhos, uma vez que temos de desdobrar as sessões de catequese em pequenos grupos, devido à pandemia, e esta solução faz ter mais catequistas”, explica o padre João Alves à Agência ECCLESIA.

Os pais “não se fizeram rogados e aceitaram de imediato” o desafio como partilhou a coordenadora da catequese de infância, Marina Sacadura, que os sente “muito motivados”.

“Eles, como primeiros educadores dos filhos, na sequência da catequese familiar e em tempo de pandemia, surgiu o convite… Eu fui professora e sempre valorizei muito o relacionamento dos pais com as crianças e elas gostam imenso de ver os pais na catequese”, aponta.

Numa primeira fase, vão estar “responsáveis pelo acolhimento”, em cada sessão de catequese, para “receber as crianças, com o termómetro e a desinfetar-lhes as mãos”.

O 4.º ano de catequese na Paróquia da Vera-Cruz conta com 51 crianças, divididas em quatro grupos, nos quais os “pais estão sempre apoiados pelas catequistas”.

As sessões iniciaram-se no último sábado, uma catequese sobre os “três pastorinhos que também passaram por uma pandemia”, como recorda a coordenadora.

Teresa Carvalho é mãe de uma criança do 4.º ano e aceitou o desafio de se juntar aos catequistas, num modelo novo que se mostra “interessante e cativante para os pais”.

“É um desafio que surge na sequência da caminhada desde o 1º ano, a catequese familiar, e agora é um modelo novo que nos pareceu interessante por cativar os pais e tendo um envolvimento permanente ao longo de todo o ano”, explica à Agência ECCLESIA.

“Num esquema ainda a avaliar”, esta mãe sente que se trata de uma oportunidade para “aprender” e já sente o entusiasmo da filha.

“Se tivermos esta humildade que estamos também num processo, que temos muito a ganhar esta será uma oportunidade e eu estou com muita vontade de me lançar neste desafio; já a minha filha está animadíssima, quer saber o que vamos fazer, sobretudo nestas idade, os filhos aprendem pelo exemplo, e se virem os pais a participar, a dar o seu testemunho e estarem envolvidos, eles próprios, estão mais motivados para as sessões”, considera. 

Foto: padre João Alves

Já Ana Catarina Carvalhais foi catequista durante “muitos anos antes de casar” mas, com este convite, regressou, desta vez a uma das salas de catequese do 4.º ano. 

“A catequese era algo que gostava muito e pensava que, quando um filho entrasse na catequese, eu voltaria mas a falta de conciliação com horário de trabalho não conseguia”, explica.

Este ano, apesar de ter dois filhos no 3.º e no 5.º ano, esta mãe aceitou dar catequese ao 4.º ano, assumindo o “apoio de logística em tempos de Covid”.

“Considero que as trocas de ideias e o colocar os pais ao serviço ajudará na abordagem dos diferentes temas com novas perspetivas”, refere.

A Igreja Católica em Portugal está a promover, de 18 a 25 de outubro, a Semana Nacional da Educação Cristã. 

SN

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