Assis: Papa pede cristãos atentos às «chagas de Jesus»

Francisco visitou crianças e jovens com deficiência

Assis, Itália, 04 out 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco iniciou hoje a sua primeira viagem a Assis, na Itália, com um encontro de cerca de 45 minutos com crianças e jovens com deficiência, pedindo a atenção dos cristãos para os que sofrem.

“Estamos no meio das chagas de Jesus”, que “precisam de ser escutadas”, disse, deixando de lado o texto escrito que tinha preparado nesta ocasião.

“Tem de ser ouvidas pelos que se dizem cristãos. O cristão adora Jesus, procura Jesus, sabe reconhecer as suas chagas”, acrescentou.

O Papa ligou a presença de Jesus na Eucaristia à sua presença em quem sofre por causa de uma doença.

“Aqui está Jesus, escondido, nestes jovens, nestas crianças”, explicou.

Segundo Francisco, “quando Jesus ressuscitou, era belíssimo”, mas quis “conservar as chagas e quis levá-las para o céu”.

“Hoje todos nós, aqui, temos a necessidade de dizer: estas chagas têm de ser ouvidas”, não pelos jornais, porque essa escuta dura “dois ou três dias”, mas por todos os que seguem Jesus.

“Nós tratamos das chagas de Jesus aqui e Ele, do céu, mostra-nos as suas chagas e diz-nos a todos nós, a todos nós: ‘Estou à tua espera’. Assim seja”, concluiu.

Francisco subiu ao primeiro andar e saudou, desde uma janela, as pessoas que se encontravam na rua para acompanhar a sua passagem pelo local.

A viagem acontece no dia da festa litúrgica de São Francisco de Assis (c. 1181-1226), que inspirou a escolha do nome do atual Papa.

Francisco esteve cerca de meia hora a cumprimentar crianças e jovens com deficiência, um a um, antes de iniciar a sua intervenção. 

O texto que o Papa tinha preparado foi dado como “lido” e nele Francisco explicava a sua decisão de visitar Assis: “A minha visita é sobretudo uma peregrinação de amor, para rezar sobre o túmulo de um homem que se despojou de si próprio e se revestiu de Cristo e, a exemplo de Cristo, amou todos, especialmente os mais pobres e abandonados, amou com espanto e simplicidade a criação de Deus”.

O discurso deixava elogios ao trabalho desenvolvido pelo Instituto Seráfico, de Assis, onde diz ser possível “ver em ação a cultura do acolhimento”, em contraponto a uma sociedade “contaminada pela cultura do descartável” que rejeita os mais fracos e frágeis.

Para Francisco, é fundamental “colocar no centro da atenção social e política as pessoas mais desfavorecidas” e multiplicar as “obras da cultura do acolhimento”.

A intervenção falava também de um jovem argentino, Nicolás, portador de deficiência desde o nascimento, que escreveu a Francisco “uma das mais belas cartas” que este recebeu, segundo o próprio.

No final do encontro, o Papa deslocou-se para o Santuário de São Damião, que visita em privado, acompanhado pelo responsável máximo da Ordem Franciscana dos Frades Menores, frei Michael A. Perry.

OC

Notícia atualizada às 13h13

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