Arte Sacra na Páscoa, em Ovar

A exposição de Arte Sacra “Faz luz sobre a Eucaristia” que a Câmara Municipal promove, em colaboração com as Paróquias do concelho, relaciona-se com o culto da Eucaristia na região de Ovar ao longo dos séculos. Depois de “Vivências da Paixão de Cristo: A Imaginária Religiosa no Concelho de Ovar” (Abril de 2003), “Santos que Curam e Protegem” (Abril de 2004) e “Um Coração com Rosto” (Maio de 2005), realiza-se de 7 a 25 de Abril, na Capela da Senhora da Graça, a Exposição “A Divina eucaristia no Concelho de Ovar: Expressão Artística e Popular”. “Saídos do Ano da Eucaristia, poderemos continuar a reflectir no profundo mistério contido nas frágeis espécies do pão e do vinho consagrado, que os homens quiseram envolver, através da beleza e da arte, em peças materiais de grande preço e nobreza – afirma o pároco, Manuel Pires Bastos. Cálices e custódias, paramentos e mobiliário, livros e documentos preciosos falam do amor e da dedicação que ao longo de séculos as nossas paróquias, outrora humildes mas profundamente crentes, tributaram, através das suas Irmandades do Santíssimo Sacramento, àquele que se afirmou o “Pão descido do Céu para dar a vida ao mundo. São séculos de história que nos falam e nos levam, através de verdadeiros tesouros de Arte Sacra, que as paróquias vareiras se orgulham e que ciosamente preservam. Procissão dos Passos: A dor que redime A devoção dos Passos em Ovar vem do séc. XVI (desde 1572, segundo se tem escrito), começando, pouco depois, ter visibilidade através de uma procissão solene que passava por diversos lugares evocativos dos Passos da Paixão, primeiro em capelinhas portáteis, de madeira e, quase dois séculos depois, nas monumentais capelas de pedra e talha dourada espalhadas pela cidade, desde o Pretório, na Igreja Matriz, até à do Calvário. A procissão, que saiu à rua uma vez mais, e com tempo a ameaçar chuva, sob a presidência do Pároco, no último Domingo, foi uma oportunidade para que os participantes, em número avultado, experimentassem fazer uma peregrinação interior, para encontrarem o caminho da humildade, do desprendimento e do amor ao próximo, como lembrou o Papa Bento XVI na sua Mensagem Quaresmal. Acreditando que Cristo nos acompanha e ampara na nossa vida, na nossa caminhada diária, até à nossa própria Páscoa. Na Igreja, no Passo do Encontro e no Calvário, o Padre Benjamim Sousa e Silva dirigiu aos presentes algumas palavras de reflexão sobre a Paixão de Cristo, mistério de dor que redimiu a Humanidade e a que Maria, assumindo o seu papel de Mãe extremosa, ficou para sempre associada. No cortejo religioso, organizado por experientes elementos ligados à Irmandade dos Passos e à Ordem Terceira, participara, como habitualmente, a Banda Ovarense, o Coro do Orfeão de Ovar, os Escuteiro e os Presidentes das Autarquias locais, bem como representantes das Confrarias do Santíssimo de S. João de Ovar, do Calvário de Arada e a Misericórdia de Ovar, além dos generosos voluntários que assumiram o encargo de transportar os andores, os estandartes e as insígnias da Paixão, entre os quais se contavam muitas crianças.

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