Arte/Natal: «Quando oferecemos um presépio, estamos a realçar a importância da família» – Carlos Dias (c/fotos e vídeo)

Ceramista de Barcelos considera que Natal é «relembrar aos homens que Jesus Cristo nasceu»

Barcelos, 23 dez 2019 (Ecclesia) –A criação artística encontra na representação do nascimento de Jesus uma inspiração ímpar, testemunha o artesão Carlos Dias, para quem se “realça a importância da família no Natal” quando se oferece “um presépio”, uma imagem que gosta de trabalhar e o “inspira para a vida”.

“[O presépio] é a imagem da família e família todos temos independentemente de ser religiosa  ou não, pai e mãe, os filhos”, disse o ceramista, que recebeu a Agência ECCLESIA no seu ateliê em Galegos São Martinho, Barcelos.

Carlos Dias frisa que o presépio, peça à qual se dedica mais neste tempo, o inspira a partir da relação entre pais e filhos: “É assim que nós vivemos e nos sentimos seguros”.

Para o artesão de figurado contemporâneo, o Natal parte de uma “prática muito simples” que é “relembrar aos homens que Jesus Cristo nasceu e nasce todos os anos”.

“É importante termos essa referência, é importante falar nele, e não desviar muito do essencial. O Natal é tentar concentrar os homens, aqueles que entendem, que têm fé e que acreditam, que o essencial é Jesus Cristo”, declara.

O artesão que “toda a vida” trabalhou a cerâmica, contextualiza que faz parte de “uma família relativamente religiosa”, esteve ligado a movimentos nacionais de Igreja Católica, na pastoral juvenil e há 25 anos toca guitarra nos escuteiros.

“Não faço isto ao acaso, vejo imagens, também vivi e vivo e tentei a educação que dei aos meus filhos. Não é a questão de ser ou deixar de ser praticante, ou católico, mas tenho facilidade em apresentar a imagem”, referiu.

Nesta vertente de trabalho, acrescenta que gosta de retratar o nascimento de Jesus “da forma como São Francisco (de Assis) apresentou, com os animais”, que são a sua “companhia” no ateliê.

“Gosto muito de animais, e creio que São Francisco foi por gostar muito de animais que os colocou no Presépio. Gosto desta harmonia”, precisou.

Quanto às obras que constrói realça que gosta “mais de apresentar a peça mais sóbria, mais simples, e não muito pesada, muito berrante, não muito forte”.

“No sagrado não gosto muito de ver caretas. Gosto do estilizado, não gosto de fazer caretas, se não sou capaz de fazer caras não faço caretas, gosto das coisas mais simples. O artesão tem uma característica muito própria, cada um transmite da forma que quer, pega nos materiais e dá-se a conhecer através das peças”, desenvolve sobre um trabalho que, neste momento, tem exposto na ‘Natalis’ até este domingo, na FIL, em Lisboa.

O artesão de Barcelos não acrescenta coloração às suas obras, mas aproveita a cor natural, os contrastes dos barros, da cerâmica, a porcelana de Limoges e os vários tons de grés, devido ao seu “problema pessoal” de ser daltónico.

Em Fátima, Abílio Gonçalves Oliveira usa os mais variados materiais como barro, madeira e mesmo esferovite.

“O Natal agora, infelizmente é só o Pai Natal, fazer compras, oferecer prendas, mas é muito bonito ver o Menino Jesus, Maria e São José, o presépio. É um tradição que não gostava que se fosse embora, que não se continuasse esse gosto pelos presépios”, refere à reportagem da ECCLESIA

CB/SN/OC

Advento: Um presépio em esferovite nasceu… – Emissão 19-12-2019

 

 

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