Arquitetura: Basílica da Sagrada Família de Barcelona pode ficar pronta em 2026

Terceiro fórum de arquitetura religiosa decorre hoje e sábado na Póvoa de Varzim

Póvoa de Varzim, Porto, 03 jun 2011 (Ecclesia) – O diretor técnico da basílica da Sagrada Família, na cidade espanhola de Barcelona, espera que a igreja de Antoni Gaudí fique concluída em 2026, mais de 140 anos após o início das obras.

“Se a afluência de visitantes continuar como atualmente, a Sagrada Família poderia ficar concluída daqui a cerca de 15 anos”, disse hoje o arquiteto Ramon Espel à Agência ECCLESIA, acrescentando: “Esperamos que coincida com o centenário da morte de Antoni Gaudí, em 2026”.

As obras do ‘templo expiatório’ são financiadas em 95% pelas entradas, três milhões por ano, o que faz da basílica consagrada pelo Papa Bento XVI “o edifício mais visitado de Espanha”.

“A Sagrada Família é o resultado da religiosidade de Gaudí”, sublinhou Ramon Espel, lembrando que os últimos 20 anos do arquiteto catalão foram dedicados quase exclusivamente ao projeto, dado que “as outras poucas obras que realizou tinham como objetivo servir de experimentação” para a basílica.

O diretor técnico assinalou que Gaudí (1852-1926) se entregou totalmente à igreja iniciada em 1883, “ao ponto de lhe ter dado dinheiro do seu bolso”, e reconheceu ser “um orgulho” trabalhar num edifício que “ultrapassa a dimensão religiosa” e se transformou num “ícone”.

Ramon Espel é um dos convidados do 3.º Fórum de Arquitetura Religiosa, com o tema ‘Novas (re)construções, novas linguagens’, que decorre entre hoje e sábado no auditório municipal da Póvoa de Varzim, 350 km a norte de Lisboa, com a presença de 300 inscritos.

A sessão de abertura, marcada para as 21h00, conta com a presença de Elísio Summavielle, secretário de Estado da Cultura, D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, e padre José Paulo Leite de Abreu, presidente da Turel, entidade que organiza a iniciativa.

Na conferência ‘Gaudí e o sagrado: a arquitetura da igreja da Sagrada Família de Barcelona’, Ramon Espel vai falar sobre as “técnicas e cuidados a ter na construção de edifícios religiosos e como se consegue ‘refuncionalizar’ um espaço religioso para receber fiéis e turistas”, afirmou o diretor técnico da Turel, Varico Pereira.

No sábado, o painel ‘Conservação e restauro de edifícios religiosos’ vai explicar os trabalhos realizados no convento de S. Francisco (Coimbra) e mosteiro de Tibães, além de apresentar o projeto “Rota das Catedrais” no norte de Portugal.

A agenda da manhã prossegue com o painel “Construção de edifícios religiosos”, que inclui uma conferência sobre as capelas de Travassos e Sete Esquinas (Peso da Régua) e uma alocução acerca das influências da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II (1962-1965).

Durante a tarde vão ser revelados os vencedores do segundo concurso ‘Arquitetura em Lugares Sagrados’, direcionado para estudantes do ensino superior, a que concorreram 110 equipas, num total de 180 alunos de nove universidades portuguesas.

As candidaturas deviam propor o projeto para um santuário na freguesia de Balasar (Póvoa de Varzim, diocese de Braga), terra de origem da beata Alexandrina Maria da Costa (1904-1955).

“Pediu-se aos participantes que fossem criativos e não se preocupassem com a viabilidade técnica e financeira”, indicou Varico Pereira, adiantando que os 40 trabalhos finalistas se distinguem pela “qualidade”, o que levou o júri a atribuir três menções honrosas, além dos três prémios principais originalmente pensados.

RM

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