Ano B – 4.º Domingo do Advento

Como Maria, dizer sim à ternura de Deus

A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projeto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para nos oferecer.

A primeira leitura apresenta a promessa de Deus a David, pela boca do profeta Natã. Deus nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. Essa promessa irá concretizar-se num filho de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.

A segunda leitura chama mistério a esse projeto de salvação, preparado por Deus desde sempre, que se manifesta plenamente em Jesus e nos integra na família de Deus.

O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história da humanidade, através do sim de Maria, a fim de nos trazer a salvação e a vida definitivas.

A história de Maria de Nazaré mostra-nos como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um sim incondicional aos projetos de Deus. É preciso que, através dos nossos sins de cada instante, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer a salvação e a vida de Deus aos nossos irmãos, particularmente aos pobres, aos humildes, aos infelizes, aos marginalizados.

A exemplo de Maria, qual deve ser o nosso compromisso aos projetos de Deus: acolhemo-los sem reservas, com amor e disponibilidade, numa atitude de entrega total a Deus, ou assumimos uma atitude egoísta de defesa intransigente dos nossos projetos pessoais e dos nossos interesses egoístas?

Como é que se chega à confiança incondicional em Deus e nos seus projetos? Naturalmente só com uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus.

No meio da agitação de todos os dias, devemos encontrar tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que Ele nos dá dia a dia.

Maria de Nazaré foi uma mulher de fé para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria ajuda-nos a dar o salto da fé, ela é o nosso modelo, ao mesmo tempo é nossa Mãe.

Já quase a chegar ao Natal, procuremos, com Maria, tomar uma decisão que comprometa a nossa fé, de encontrar um ritmo mais regular para a oração, de prever uma paragem espiritual, talvez um tempo de retiro, por breve que seja, para fazer o ponto da situação da nossa vida com o Senhor.

Como Maria, renovemos a nossa confiança em Deus, que nasce em Jesus. Como nos diz o Papa Francisco, olhemos para Maria como «aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura».

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

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