Ano B – 16.º Domingo do Tempo Comum

O Pastor cuida dos seus discípulos

O Evangelho deste 16.º Domingo do Tempo Comum começa com a narração do regresso dos discípulos que, entusiasmados, contam a Jesus a forma como se tinha desenrolado a missão que Ele lhes confiara. Na sequência, Jesus convida-os a irem com Ele para um lugar isolado e a descansarem um pouco. Os discípulos foram com Jesus para um lugar deserto, mas as multidões adivinharam para onde Jesus e os discípulos se dirigiam e chegaram primeiro. Ao desembarcar, Jesus viu as pessoas, teve compaixão delas e pôs-se a ensiná-las.

Marcos aproveita este episódio para desenvolver uma catequese sobre o discipulado.

  1. Os apóstolos são enviados de Jesus, chamados a continuar no mundo a sua missão, que consiste em anunciar o Reino. Para concretizar a missão, os apóstolos convidam aqueles que escutam a mensagem a mudarem a sua vida e a acolherem a proposta que Jesus lhes faz. Os gestos dos discípulos anunciam esse mundo novo de pessoas livres e esse projeto de vida verdadeira e plena que Deus quer oferecer a todos.
  2. A referência à necessidade de os apóstolos descansarem, pois nem sequer tinham tempo para comer, pretende ser um aviso contra o ativismo exagerado, que destrói as forças do corpo e do espírito e leva, muitas vezes, a perder o sentido da missão.
  3. Os apóstolos são convidados por Jesus a irem com Ele para um lugar isolado. O que interessa aqui não é o lugar geográfico, mas que esse descanso deve acontecer junto de Jesus. É ao lado de Jesus, escutando-O, dialogando com Ele, gozando da sua intimidade, que os discípulos recuperam as suas forças. Se os discípulos não confrontarem, frequentemente, os seus esquemas e projetos pastorais com Jesus e a sua Palavra, a missão redundará em fracasso.
  4. Entretanto, as multidões tinham seguido Jesus e os discípulos. Esta busca incansável e impaciente espelha, com algum dramatismo, a ânsia de vida que as pessoas sentem. Jesus, cheio de compaixão, compara a multidão a um rebanho sem pastor. Não é nos líderes religiosos ou políticos da nação que elas encontram segurança e esperança; não é nos ritualismos vazios que elas encontram paz e sentido para a vida. É em Jesus e na sua proposta que as multidões e cada pessoa encontram vida plena e verdadeira.

O que aconteceu com os discípulos de então acontece connosco, como seus discípulos missionários. Somos enviados em missão nos quotidianos da nossa existência, com o convite permanente a permanecermos sempre junto do Senhor. A missão brota do encontro fundamental com Jesus, na Eucaristia e na Palavra. Como rezámos no Salmo, com Cristo em nós, nada de essencial nos pode faltar. Ele é o Pastor que cuida de nós com carinho e ternura, com amor e compaixão.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

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