Ano A – 13.º Domingo do Tempo Comum

Seguir Cristo na partilha com os irmãos

Celebramos este 13.º Domingo do Tempo Comum após uma série de solenidades e festas: Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpo e Sangue de Cristo, Sagrado Coração de Jesus, Nascimento de São João Baptista e, amanhã, São Pedro e São Paulo.

Neste domingo comum, no meio de tantos dias marcados pela excelência da festa e da solenidade, sabe bem ouvir o essencial da nossa caminhada como discípulos de Jesus Cristo, no quotidiano da nossa existência.

É disso que trata o Evangelho de hoje: define o caminho do discípulo, capaz de fazer de Jesus a sua opção fundamental e seguir o seu mestre no caminho do amor e da entrega da vida; sugere que toda a comunidade é chamada a dar testemunho da Boa Nova de Jesus; promete uma recompensa àqueles que acolherem com generosidade e amor os missionários do Reino.

O projeto de Jesus implica uma adesão incondicional ao Reino, à sua dinâmica, à sua lógica. Trata-se de uma opção radical, abraçada com convicção, a tempo inteiro e a fundo perdido, de modo sério e consciente. Não é um projeto em que se vai estando, sem grande esforço ou compromisso, por inércia, comodismo ou tradição.

Dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta aos discípulos, sobressai a exigência de preferir Jesus à própria família. Não quer dizer que devamos rejeitar os laços que nos unem àqueles que amamos. Significa que os laços afetivos, por mais sagrados que sejam, não devem afastar-nos dos valores do Reino, que é o próprio Cristo.

Outra exigência que Jesus faz aos discípulos é a renúncia à própria vida e o tomar a cruz do amor, do serviço, do dom da vida.

A forma exigente como Jesus põe a questão da adesão ao Reino e à sua dinâmica faz-nos pensar na nossa pastoral, que pode cair na tentação de facilitar as coisas, de não haver exigência. Às vezes, parece que interessam mais as estatísticas da paróquia com muitos batizados, casamentos, crismas e comunhões do que propor, com exigência, a radicalidade do Evangelho e dos valores de Jesus. Sabemos que este tempo de pandemia não permite esse tipo de estatísticas, mas é sempre grande a tentação de privilegiar a quantidade em vez da qualidade.

Cada um é livre de escolher e aceitar ou não o convite de Jesus. Escolher caminhar o mais perto possível de Cristo é tomar com Ele o caminho da Cruz, arriscando a vida sob o registo da fé e do amor. Uma decisão em contradição direta com o espírito do mundo. A Pessoa de Jesus Cristo exige adesão fiel e testemunho verdadeiro nos espaços que vamos habitando na Igreja e no mundo.

Em final do mês de junho, que nos recorda mais intensamente a ternura e o amor do Coração de Jesus nas nossas vidas, famílias e comunidades, procuremos ser cordiais e solidários com quem mais precisa da nossa presença e partilha. Servindo o próximo estamos a seguir Cristo, sem nunca adiar os nossos gestos solidários.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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