Angra: Bispo salientou que querem que a sinodalidade se torne, «também na diocese, estruturalmente constitutiva da Igreja»

D. Armando Esteves Domingues afirmou que «todos contam» para a «bonita história da diocese», que celebra 489 anos

Foto Igreja Açores/JEC

Ponta Delgada, São Miguel, Açores, 04 nov 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse que querem a sinodalidade “se torne, também na diocese, estruturalmente constitutiva da Igreja”, esta sexta-feira, na homilia da primeira Eucaristia dos 489 anos da criação desta diocese, que presidiu em Ponta Delgada.

“Queremos que a sinodalidade se torne, também na nossa diocese, estruturalmente constitutiva da Igreja. A sinodalidade é uma escola: todos, porque sacerdotes desde o batismo, podemos exprimir igual amor e louvor a Deus; todos, porque todos somos profetas, devem ser escutados; todos, porque participamos da mesma realeza de Cristo, somos corresponsáveis na missão”, disse D. Armando Esteves Domingues, divulga o portal diocesano ‘Igreja Açores’.

Segundo o bispo de Angra, há “uma luzinha de esperança” que esperam que seja “prenhe de consequências para o futuro da Igreja e de toda a humanidade”, e alertou para o tempo de “desconfianças e partidarismos”, em que o mundo “arde e está à beira do abismo de um novo conflito mundial”.

“A Igreja sinodal, em que insiste o Papa, representa hoje uma pequena semente de esperança: ainda é possível dialogar, acolher-se mutuamente, por de lado o protagonismo do próprio ego para superar as polarizações a fim de chegar a um consenso amplamente partilhado e que fortalece a missão comum.”

D. Armando Esteves Domingues assinalou que a experiência, no dia a dia das dioceses e comunidades eclesiais, vê-se, também, que “facilmente” existem “conversas destrutivas, no endeusamento das próprias visões, no ver apenas o negativo de quem caminha ao lado, do que faz mais ou faz menos”, e até, por vezes, a tentação de eliminar para sobreviver.

“Há, de facto, necessidade de nos agarrarmos à oração, à leitura atenta da Palavra Eterna de Deus, de a partilharmos com humildade e amor e, nesse processo de conversão, escutarmos quem tem a primeira e última palavra: o Espírito Santo!”; acrescentou.

O bispo de Angra presidiu, esta sexta-feira, a uma Missa que assinalou o 489º aniversário da Bula Aequum Reputamus  que criou esta diocese, do Papa Paulo III, publicada a 5 de novembro de 1534.

Na igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, D. Armando Esteves Domingues pediu uma Igreja de “serviço” onde possam “refletir juntos, governar juntos e decidir juntos”.

Foto Igreja Açores/JEC

“Não nos fixemos numa Igreja que, por palavras, diz querer aplicar o Concílio, mas que depois atua com categorias pré-conciliares através de práticas estabelecidas, com os bispos e padres a decidirem e os outros batizados a limitarem-se a pôr em prática as suas decisões”, desenvolveu, indicando que têm de “olhar para o Nazareno” para recuperarem na Igreja, a todos os níveis, desde a Cúria até à mais pequena das paróquias, “a consciência de que todo o ministério é serviço e não poder”.

O sítio online ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra, informa que este domingo, 5 de novembro, vão celebrar os 489 anos da criação desta diocese na Sé em Angra do Heroísmo.

“Todos contam para esta bonita história da nossa diocese”, afirmou ainda o bispo diocesano, lembrando a importância da comemoração dos 500 anos da diocese, em 2034.

Dos 237 mil habitantes nas nove ilhas do arquipélago, menos 4,1% do que em 2011, cerca de 80% dos açorianos ou residentes nos Açores dizem professar a religião católica, mas é notória a redução da participação no culto, nomeadamente ao domingo bem como o envolvimento na vida religiosa, com um progressivo envelhecimento nos movimentos, serviços e irmandades.

CB

 

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