Alentejo: Festival Terras Sem Sombra impulsiona desenvolvimento cultural e económico

Iniciativa vai estar em destaque na próxima emissão do programa «70×7»

Almodôvar, Beja, 03 mar 2016 (Ecclesia) – O Festival ‘Terras Sem Sombra’ (FTSS), projeto do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, que alia a trilogia música sacra, património e biodiversidade, também promove as localidades e os seus produtos.

“Há uma reflexão muito importante que fazemos em torno daquilo que são os produtos locais, até que medida podemos ir no sentido de os exportar, dar a conhecer a um público mais alargado, sugerir produtos que são consumidos na alimentação”, explicou o diretor-geral da inicaitiva.

À Agência ECCLESIA, José António Falcão revelou que esta reflexão também abrange “os esteios da vida local”, por exemplo, onde existem minas que “devem ser conhecidas”, paisagens ou agricultura “de vanguarda” que deve ser preservada e apoiada.

Na edição anterior, em 2015, o Festival ‘Terras Sem Sombra’ deu destaque à Aguardente de Medronho de São Barnabé.

“É um festival de excelência com produtos de excelência. Traz visibilidade e dá a conhecer o produto aqui e além-fronteiras”, comentou Sónia Cabrita.

A produtora, que tem uma empresa familiar onde deu continuidade a uma tradição familiar herdada do avô e do pai, refere que a “valorização do produto é boa”: “É bom para o território porque valorizando o produto valoriza-se a produção e preserva-se a natureza.”

O comércio local também beneficia da projeção que a iniciativa da Diocese de Beja traz ao baixo-Alentejo, como assinala a proprietária do Hotel Serafim e o dono do Restaurante D. Dinis.

“É um fim-de-semana em que estamos mais ocupados, com a casa cheia porque não temos praticamente turismo. É diferente, mexe com o turismo e vão ver as igrejas, os museus”, referiu Maria Jesus Soares.

“Acho muito benéfico para o concelho, as pessoas vêm de muitos lados, é um evento importante. Para o restaurante é um êxito”, disse António Garcia.

Para Ana Palma, da Diocese de Beja, que acompanha o FTSS, desde a primeira edição, é “bastante interessante e gratificante” perceber que existem pessoas presentes anualmente, “todos os concertos e às ações de biodiversidade”.

“Contribuem para a economia local nessas noites e, muitas vezes, voltam em festas e eventos que se realizam”, observa, destacando a “importância para territórios mais esquecidos” no interior alentejano.

“É nossa intensão que o festival proporcione a vinda de muitos visitantes mas também a população de Almodôvar, e todo o seu concelho”, assinalou o vereador da Cultura, que acolhe pelo segundo ano consecutivo a abertura do FTSS.

Para Luís Gaiolas este evento que é um “marco importante no combate à resignação” é um trabalho “sempre” numa perspetiva de médio e longo prazo, de “formação de públicos para a música mais clássica/erudita”.

O diretor do FTSS sublinha ainda o “papel decisivo” que a Igreja tem a “desempenhar”, devendo ser o “sal que vai ajudando a fazer crescer toda a grande massa”.

“Implica-nos como alavanca para o desenvolvimento regional”, comenta José António Falcão, para quem, “em última análise”, um património como é o caso do religioso se “não se tornar agente de desenvolvimento está condenado a perecer”.

A 12.ª edição do FTSS, do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja tem como tema «Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX)», e começou este sábado em Almodôvar.

A próxima paragem é o município de Sines, a 12 e 13 de março; este domingo, o programa ‘70X7’, na RTP2 (20h35) mostra todos os momentos do início deste festival.

CB

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