Ajudar a mãe significa sempre salvar a criança

Cardeal-Patriarca defende que o aborto não respeita a dignidade da mulher D. José Policarpo considera que o aborto não é o caminho para respeitar a dignidade da mulher e que ajudá-la, numa gravidez difícil, implica sempre “salvar a criança”. “Que ninguém se iluda: facilitar o aborto não é o caminho para construir uma cultura de respeito pela dignidade da mulher. Dizer ‘não’ ao aborto é dizer ‘sim’ à dignidade da mulher, pois é ela, mais uma vez, que carrega a tristeza de ser ‘culpada’ e ‘vítima’”, refere o Cardeal-Patriarca no terceiro dos 5 textos semanais, a respeito do referendo sobre o aborto Este texto, publicado Domingo pelo semanário do Patriarcado, “A Voz da Verdade”, gira em volta do tema “Maternidade, grandeza e responsabilidade da mulher”. D. José Policarpo lembra, a este respeito, que “a maternidade é também fonte de exigência e de sofrimento, ocasião de queda e de fraqueza, desafio de coragem e generosidade”. “Em todas as circunstâncias a fraqueza da mãe assume uma dramaticidade especial, porque está em causa a vida de uma criança. Em todo o percurso dessa missão, a mãe precisa de ser ajudada, pela família, pelos amigos, pela Igreja, pela sociedade”, observa o documento. O Patriarca de Lisboa defende mesmo que, quando a mãe se torna incapaz ou se recusa a salvar a criança, “a sociedade deve substituí-la nessa obrigação”. “A mulher precisa de ser ajudada, objectivamente ajudada, para que faça a opção da coragem e do respeito pela vida que se gerou no seu ventre”, assinala. O aborto surge, segundo o texto, por várias motivações, “desde a atitude egoísta de quem não está disposto a abraçar as dificuldades de criar um filho, ao medo dessas dificuldades, à pressão exercida, tantas vezes pelo pai da criança e pelo ambiente que rodeia a mulher”. Tendo em vista o próximo referendo, D. José Policarpo alerta que “uma lei facilitante torna-se numa tentação acrescida para uma mulher a sentir dificuldades em assumir a sua maternidade”. “Pensar que se ajuda a mulher, nessas circunstâncias, facilitando-lhe o aborto, é grave erro de perspectiva, pois facilita-se-lhe a derrota, não a ajudando à vitória sobre a fraqueza sentida”, assegura. Reconhecendo que a maternidade “deixou de ser a única dimensão a definir o ser mulher”, o Cardeal-Patriarca frisa que, com isto, “também se acentuou a dimensão de projecto individual, onde o filho, se não foi desejado e decidido, pode aparecer como obstáculo”. “Este é o novo quadro cultural em que é preciso situar a ajuda à mulher. Com toda a evolução do seu estatuto cultural e social, ajudá-la a não perder de vista que a sua vocação maternal é o centro da construção da sua dignidade”, indica.

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