Advento: O desafio de propor uma «esperança sempre nova»

Comentadores ECCLESIA refletem sobre como afirmar o calendário cristão numa sociedade marcada por tantas solicitações

Lisboa, 02 dez 2016 (Ecclesia) – Como propor o Advento numa sociedade marcada por tantas solicitações e rotinas, que acabam por influenciar o sentido do calendário cristão?

No espaço de opinião da nova edição do Semanário ECCLESIA, publicada esta sexta-feira, D. José Cordeiro alerta para esta questão, e considera que hoje os tempos liturgicos da Igreja Católica estão sujeitos a vários ritmos, desde o “tempo livre” e das “férias” ao “consumismo” e “secularização”.

E que é neste contexto por vezes de “verdadeira colidão de calendário” que a proposta cristã deve encontrar alternativas para continuar a anunciar a sua “história de salvação”, realça D. José Cordeiro.

Para o cónego António Rêgo, “a resposta mais fácil e porventura mais banal” seria dizer que “o mundo passa e a fé cristã fica”, mas isso seria sinal de uma Igreja e de um cristianismo acomodado.

Mais do que numa “monotonia reciclada”, os cristão são chamados a “viver a tensão entre continuidade e renovação”.

“Por isso a esperança de cada Advento é sempre nova”, frisa o sacerdote.

O sucesso da proposta cristão, de uma proposta que marque também ela o ritmo da sociedade, depende também muito da forma como a Igreja Católica enfrenta os seus “desafios pastorais”, sustenta Miguel Panão.

Uma resposta apenas sustentada em “estruturas” não terá sucesso, será como “uma pedagogia de ensino através de resoluções bem estruturadas, mas que não estimulam o desejo de conhecer a matéria”.

Segundo o professor universitário e investigador, a primeira resposta dos cristão deve ser sempre com a “vida” concreta, com o testemunho, com a ação, não haverá forma melhor do mundo compreender neste caso o Advento, o tempo novo, que a fé propõe.

“Estar no terreno. Desenvolver os relacionamentos. Identificar os desafios e ir ao encontro daqueles que os vivem. O fluxo da vida é bem mais importante do que a estrutura por onde flui, pois, sem fluxo, de nada serve a estrutura”, defende Miguel Panão.

Como viver o Advento, o tempo de preparação para o Natal, é uma das propostas em destaque na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, que tem como temática central o ano jubilar dedicado ao Centenário das Aparições de Fátima.

JCP

 

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