Advento/Natal: «Não basta continuar a cumprir as tradições», alertam bispos de Braga

Mensagem para o novo ciclo litúrgico convidam a «caminhar, em direção aos presépios de hoje»

Braga, 17 nov 2023 (Ecclesia) – Os bispos da Arquidiocese de Braga convidam a diocese a “caminhar”, na companhia dos irmãos, “em direção aos presépios de hoje”, na mensagem para o ciclo litúrgico Advento-Natal, que começa no dia 3 de dezembro.

“Não basta continuar a cumprir todas as tradições do Natal! Podemos correr o risco de estarmos sentados, à espera de que nos façam perguntas, às quais nos esquivamos ou não sabemos responder por medo de errar ou de quem pergunta”, alertam o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e o bispo auxiliar, D. Delfim Gomes, no texto publicado no sítio online da arquidiocese.

Na mensagem para o ciclo litúrgico Advento-Natal, os bispos de Braga explicam que a atitude só pode ser a do peregrino, isto é, “caminhar, em direção aos presépios de hoje”, mas na companhia dos irmãos, porque só dessa forma podem “fazer caminho e ao mesmo tempo crescer uns com os outros”.

“Caminhar juntos permite-nos fazer uma verdadeira experiência de fraternidade, daquela fraternidade que nos faz ir ao encontro de todos, nomeadamente dos sós, dos doentes, dos pobres, dos desprotegidos, dos inseguros, dos perdidos”, acrescentam, afirmando que é preciso “desafiar medos e certezas”, porque “espera e esperança andam ligadas” neste tempo de Advento e de Natal.

Segundo D. José Cordeiro e D. Delfim Gomes, a espera “não se traduz numa atitude passiva, apática, indiferente ou defensiva”, indicando que não se pode “agir ao jeito de Herodes, indisponível para o caminho”, isolado no seu medo de perder o lugar.

“Assim como no estábulo todos cabiam, assim também nos presépios dos nossos dias todos cabem e são bem-vindos, mesmo que cheios de perplexidades, indecisões ou hesitações”, afirmam.

Os bispos de Braga assinalam que ao longo da história da humanidade “não faltaram homens e mulheres que surpreendem”, que ainda hoje são figuras inspiradoras, e, nesta caminhada Advento e Natal apresentam essas “pessoas concretas”, que “ajudam a perceber a sua humanidade” e os passos para a “construção da fraternidade”.

A mensagem, com o tema ‘Todos encaminho’, começa por contextualizar que o Ano Litúrgico abre com o tempo do Advento, que traz “a alegre notícia de um acontecimento que marca a história”, e o mundo “não seria o mesmo sem este evento divino e humano” que foi o nascimento de Cristo.

“Nada ficou ou fica ainda indiferente ao Natal de Jesus. Há uma luz que permanece neste nascimento que continua a alimentar a alma e a esperança de tantos homens e mulheres. Desde o início, tudo e todos se encaminharam para o lugar da natividade”, observam os bispos de Braga.

O arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e o seu bispo-auxiliar, D. Delfim Gomes, lembram também que há 800 anos, São Francisco de Assis queria dizer “ver” o Natal, “sentia uma lacuna na representação do nascimento do Filho de Deus” e “criou uma imagem viva do Menino de Belém, feito de carne, de um olhar, de um gemido, de um sorriso, de uma esperança” e dessa compreensão “nasceu o presépio como é conhecido na cultura cristã, na piedade e na arte”.

A Igreja Católica assinala o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, este ano a 3 de dezembro, compreendendo os quatro domingos anteriores ao Natal.

CB/OC

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