Ad limina: Discurso de Bento XVI à Igreja portuguesa inspirado em texto para outra Conferência Episcopal

D. José Policarpo diz que bispos consideraram-no «desajustado» mas estão a responder ao desafio

O discurso que Bento XVI proferiu aos bispos portugueses por ocasião da visita Ad limina, em Novembro de 2007, foi “inspirado, quase copiado de outro discurso a outra Conferência Episcopal. Isso acontece”.

A revelação é de D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, numa entrevista à Ecclesia.

“Na altura pareceu-nos desajustado em relação aos relatórios que enviámos”, explica D. José Policarpo, acrescentando que apesar de tudo foi acolhido: “o Santo Padre referiu-o e nós levámos a sério”.

«É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II», referia Bento XVI no discurso aos bispos portugueses, sublinhando ainda a necessidade de se verificar os «percursos de iniciação actuais» para combater o número crescente de cristãos não praticantes nas dioceses portuguesas.

Por ocasião da visita Ad limina que as Conferências Episcopais de cada país realizam de cinco em cinco anos ao túmulo dos apóstolos, cada bispo titular da diocese apresenta, através da Santa Sé, um relatório sobre a realidade dos últimos cinco últimos.

“O meu relatório tinha 160 páginas”, acrescenta o Cardeal Patriarca de Lisboa.

Mesmo parecendo “desajustado”, o episcopado português ainda em Roma reuniu-se para reflectir sobre os caminhos de renovação pedidos por Bento XVI.

“A pedido do Presidente da Conferência, lancei na reunião um repto para os caminhos de renovação. Foram aceites pela Conferência Episcopal e são os que estão em desenvolvimento”, indica o Cardeal Patriarca, referindo-se ao instrumento de trabalho sobre a renovação da acção pastoral, estudado na última Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

No entanto, o Cardeal Patriarca de Lisboa reconhece que o ritmo é lento.

“Está numa fase interessante de se ouvir a si e ao mundo, percebendo novos caminhos de missão”, observa.

“Esta é uma “grande resposta”, acrescenta D. José Policarpo: “Se todas as conferências dessem uma resposta desta ao Papa no final das visitas Ad limina, seria muito bonito”.

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