Açores: Bispo de Coimbra alerta contra uma fé desenraizada da sociedade

«Não serve uma fé por cultura e tradição», disse D. Virgílio Antunes na festa do Senhor da Pedra em Vila Franca do Campo

Vila Franca do Campo, 28 ago 2017 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu este ano as festas do Senhor da Pedra, que decorrem em Vila de Campo, na Ilha de São Miguel, nos Açores, e alertou para os perigos de uma fé desenraizada da sociedade.

Na missa deste domingo, refere o portal ‘Igreja Açores’, D. Virgílio Antunes salientou que “o pior que pode acontecer aos cristãos é serem pessoas devotas sem fé, piedosas em relação ao Espírito Santo mas sem seguir os seus caminhos de santidade”.

Para aquele responsável, não serve a fé “por cultura e tradição”, é fundamental alimentar a condição de crente com o “encontro pessoal e comunitário com Deus”.

Caso contrário, poderemos todos “ser muito religiosos”, mas seremos “incapazes de transformar a sociedade por meio da novidade do evangelho”.

Numa homilia em que pediu às comunidades católicas da região para “questionarem o lugar que querem dar a Deus nas suas vidas”, D. Virgílio Antunes lembrou ainda a importância de uma fé não “centrada” no individual mas vivida em função dos “outros”, em especial dos “mais pobres”.

“Estar bem inseridos no mundo significa acompanhar as desgraças e calamidades do mundo com espirito cristão, ou seja, com esperança, mas igualmente com responsabilidade”, sustentou.

O prelado recordou na sua reflexão os muitos açorianos espalhados pelo mundo, na diáspora, e exortou as pessoas a nunca perderem as suas convicções cristãs, expressas em devoções e festas como as do Santo Cristo e do Espírito Santo que têm levado a todos os confins da terra.

“Não deixeis que nada nem ninguém vos roube este tesouro de acreditar; não esmoreçais na missão de comunicar aos vosso filhos e às comunidades que vos acolhem a alegria e a beleza do Evangelho que recebemos”, completou o bispo de Coimbra.

As celebrações em honra do Senhor Bom Jesus da Pedra, uma das mais antigas manifestações religiosas da Ilha de São Miguel, nos Açores, e que mobilizam todos os anos milhares de pessoas, prosseguem até à próxima quarta-feira, dia 30 de agosto.

JCP

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