Proteção de menores: «Não queremos arquivos para guardar problemas mas encontrar neles luz e forma para minorar ou solucionar» – D. José Ornelas (c/vídeo)

Conferência Episcopal Portuguesa recebeu do Vaticano “explicação dos parâmetros” para o acesso aos arquivos eclesiásticos

Fátima, 10 jun 2022 (Ecclesia) – O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, disse hoje em relação ao acesso aos arquivos no caso de abuso de menores que não querem “arquivos para guardar problemas” mas para encontrar “luz e formas de minorar e solucionar”.

“Não é para colocar tudo em praça pública porque isto não é modo de fazer justiça, porque vamos criar outras injustiças, para defender as vítimas ou hipotéticos perturbadores, o que queremos é que se faça justiça, esclareça e fazer luz sobre isto, não queremos arquivos para guardar problemas mas encontrar neles luz e forma para minorar ou solucionar”, afirmou D. José Ornelas.

Na sua declaração D. José Ornelas indicou que receberam do Vaticano uma “explicação dos parâmetros” em que se move toda a situação em relação aos “arquivos eclesiásticos para que haja a defesa da dignidade das pessoas”.

“Recebemos uma explicação, não foi uma permissão recebida mas procuramos juntos uma solução, feita pela nossa comissão, gente competente, profissional e eticamente, e que tem claros os objetivos que pretendemos”, aponta.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destacou que tem de ser dada atenção à defesa dos direitos de cada pessoa, seja “segredo de justiça, regulação de dados e proteção de dados individuais”, para que se combinem a “lei portuguesa com as prescrições do direito canónico”.

“Para que se faça justiça e combinar a lei portuguesa com as prescrições do direito canónico mas isso já o Papa Francisco tinha levantado o segredo de ofício, a que chamamos segredo de justiça”, referiu.

Além de reforçar a “confiança” na Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja em Portugal, D. José Ornelas considerou “importante” fazer estas declarações no contexto da peregrinação nacional de crianças ao Santuário de Fátima.

“Perceber que os abusos é a perversão total, a inversão do que aqui se diz, da ternura de Maria para com os pastorinhos, ternura das crianças que vêm e que encontram aqui espaço de um sonho e onde se amassa os sentimentos e a fé, há que evitar que tudo isto seja pervertido por abusos das crianças, no seio da Igreja e no seio familiar, é importante”, salientou.

SN

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