BRAGA: Itinerário pelo barroco na arquitetura religiosa Bracarense

A chegada do verão e do período de férias remete-nos para momentos de lazer e de encontro. A nossa proposta é um roteiro por Braga, um itinerário de encontro com o património religioso, porque Braga é a “cidade dos Arcebispos”, a Roma Portuguesa". Por outro lado, Braga também é conhecida pela "cidade do Barroco", por isso, decidimos aliar estas duas circunstâncias e propor um roteiro pelo barroco bracarense na arquitetura religiosa.

Selecionamos um conjunto de monumentos relevantes na cidade de Braga e arredores, onde, de alguma forma, se nota a presença do barroco e dos grandes mestres bracarenses, André Soares e Carlos Amarante.

Como não podia deixar de ser, iniciamos a nossa visita pela Catedral de Santa Maria de Braga. O Barroco chegou pela mão de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728), como veremos mais à frente, este Arcebispo ordenou a construção de vários monumentos religiosos de estilo barroco, em Braga. Na Sé destacamos a talha dourada e os dois órgãos e o cadeiral do coro alto. Finalizada a visita no interior do templo, aproveite para conhecer o belo espólio do Tesouro Museu da Sé Catedral e descubra peças do período barroco onde destacamos, pela peculiaridade, os sapatos do D. Rodrigo de Moura Telles.

Siga o itinerário até ao largo de S. Paulo onde poderá visitar a Nossa Senhora da Torre, local único, dono de uma vista privilegiada sobre uma cidade marcadamente barroca. Este monumento foi construído em honra de Nossa Senhora pela recompensa de ter poupado a cidade de Braga no terramoto de 1755.

A próxima paragem é o Mosteiro S. Martinho de Tibães, outrora, casa mãe dos monges beneditinos em Portugal e no Brasil. A igreja e o altor-mor são os símbolos maiores do barroco neste mosteiro, célebre pela talha dourada designada como "o esplendor do Barroco português”. Conheça as recentes intervenções feitas no mosteiro e aproveite para almoçar no restaurante do mosteiro, gerido pelas irmãs da Congregação da Família Missionária Donum Dei.

Faça-se novamente à estrada e, siga para o Santuário do Bom Jesus, ex-líbris de Braga e símbolo do Barroco. Considerado um dos mais belos sacro-montes de toda a Europa e um dos maiores monumentos em pedra consagrado à Paixão de Cristo.

O Barroco está especialmente marcado no escadório, a sua construção foi ordenada por D. Rodrigo de Moura Telles.

Se for de carro ou transporte publico, pare no sopé do monte e suba a pé o deslumbrante escadório barroco, onde o granito esculpido se encaixa, de uma forma perfeita, na paisagem verdejante. Depois de terminar a subida recomendamos uma visita ao templo. Desça o monte pelo centenário Elevador, movido a água.

Deixamos o Bom Jesus e aproximamo-nos do ponto final do nosso roteiro. O destino é a Igreja de Santa Maria Madalena, monumento setecentista, com uma fachada exuberante em granito, de um barroco tardio. Esta Igreja, também ela mandada erigir pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, é uma obra-prima da tensão entre o barroco e o rocaille, é considerada uma expressão genial de um dos mais virtuosos arquitetos bracarenses, André Soares.

Varico Pereira

 

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Agência ECCLESIA

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