Igreja/Portugal: Peregrinos são protagonistas do século de Fátima

Irmã Ângela Coelho, que acompanha causas de canonização dos Pastorinhos, aborda dimensão universal dos valores propostos na Cova da Iria

Fátima, 10 mar 2017 (Ecclesia) – A Irmã Ângela Coelho, que acompanha causas de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto e da Irmã Lúcia, videntes de Fátima, considera que os peregrinos têm sido decisivos nos cem anos após as Aparições.

“A ‘Mensagem de Fátima’ é também o peregrino que a atualiza em cada tempo”, sustenta a religiosa, em entrevista publicada hoje no Semanário ECCLESIA, a pouco mais de dois meses da celebração do Centenário das Aparições e da visita do Papa Francisco à Cova da Iria.

A responsável fala da ‘Mensagem de Fátima’ como “uma tela” que se vai tecendo com “diversos fios”.

“Esta tela belíssima com cem anos de construção está a ficar cada vez mais lindíssima. Precisamente porque é tecida com os fios das páginas do Evangelho”, acrescenta.

Para a vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia, a mais velha dos videntes de Fátima, conhecidos como os Pastorinhos, a religiosa “tem um protagonismo especial” em toda esta história porque é a “interlocutora de Nossa Senhora”.

A irmã Ângela Coelho sustenta ainda que a Mensagem de Fátima não se esgota nas ‘Memórias’ da Irmã Lúcia.

“Obviamente que as Memórias da Irmã Lúcia são o registo do ser humano mais credível e fiel relativamente àquilo que foi acontecendo em 1917. Todavia, considero que a ‘Mensagem de Fátima’ é muito para além disso que a Lúcia regista, escreve e recorda”, precisa.

Para a responsável, a “nomenclatura” usada para falar de Fátima “toca nas necessidades mais profundas do ser humano”.

“Se olhamos para Fátima de forma superficial, corremos o risco de o vermos como fenómeno sociológico. No fundo há diversos olhares que podemos ter sobre o evento Fátima. Somos todos desafiados a aprofundar este acontecimento”, prossegue.

A irmã Ângela Coelho entende que na Cova da Iria são propostos valores “universais”, numa linguagem compreensível “para crentes e não crentes”.

“Muitos chegam distraídos… Depois olham para aquela imagem pequenina, na Capelinha das Aparições, e alguma coisa acontece. Fátima pode ser um excelente ponto de partida”, defende.

A irmã Ângela Coelho afirmou que a Mensagem de Fátima revela “uma forma materna” de exprimir as “verdades do Evangelho”, traduzida também nas expressões que Nossa Senhora diz à Irmã Lúcia ‘não tenhas medo, eu nunca te deixarei’, ou ‘o meu coração será o teu refúgio.

A postuladora da causa de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto admitiu, por outro lado, que o Papa traga “novidades” sobre a canonização dos dois pastorinhos, durante a sua visita a Fátima.

“O Papa pode trazer novidades, eu não sei. De facto, o estudo do milagre prossegue, ainda não está concluído, falta ainda uma comissão analisar, caberá depois ao Santo Padre onde e quando quer anunciar e fazer a canonização”, assinalou.

A mais recente edição do Semanário ECCLESIA apresenta, além da entrevista à Irmã Ângela Coelho, um conjunto de 10 textos sobre o Centenário de Fátima e a próxima visita do Papa Francisco à Cova da Iria.

LS/LFS/OC

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