Fátima: Portugueses desafiados à solidariedade para com «o povo martirizado» da Síria

Repto lançado por D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, durante a peregrinação internacional aniversária de julho

Fátima, Santarém, 13 jul 2016 (Ecclesia) – O bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, exortou hoje na missa de encerramento da peregrinação internacional aniversária de julho, em Fátima, à solidariedade para com “o povo sofredor” da Síria.

"Nesta peregrinação, procuramos rezar especialmente pela paz na Síria, um conflito que coloca aquele povo martirizado a tentar sobreviver sob as bombas destrutivas e mortíferas”, referiu o prelado, convidado os peregrinos a “unirem o seu coração, a sua oração à do Papa Francisco, pedindo a Nossa Senhora de Fátima o fim da guerra” naquele país.

Numa celebração que levou milhares de peregrinos ao Santuário de Fátima, D. Nuno Almeida destacou um conflito que já fez milhares de mortos e deixou milhões de deslocados e sem teto, pessoas que necessitam do apoio de Portugal e de toda a comunidade internacional.

“Procuremos na medida das nossas possibilidades, colaborar com a Cáritas e outras organizações para que se possa minimizar o drama deste povo sofredor”, desafiou o responsável católico, que presidiu às cerimónias de 12 e 13 de julho, em Fátima.

A peregrinaçao internacional aniversária de julho recorda todos os anos a terceira aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria e em 2016 teve como tema ‘Em Vós está a fonte da vida’.

Durante a homilia da eucaristia, D. Nuno Almeida salientou que todas as aparições marianas em Fátima tiveram como base “guiar a humanidade nos caminhos da paz e do bem”.

Um desígnio que “infelizmente” continua por cumprir, num mundo marcado pela guerra, pela violência e pelos atentados à dignidade e à liberdade humana, lamentou o prelado.

“O agir humano, quando tende a promover a dignidade e a vocação integral da pessoa, a qualidade das suas condições de existência, o encontro e a solidariedade dos povos e das nações, é conforme ao desígnio de Deus, que nunca deixa de mostrar o seu amor e a sua providência para com os seus filhos”, sublinhou o prelado.

Todos os homens foram feitos para viver em “fraternidade e igualdade, independentemente da sua nação, sexo, origem, cultura, classe ou religião”, acrescentou D. Nuno Almeida, convidando as pessoas a refletirem sobre a abordagem que o Papa Francisco faz à sociedade, na sua encíclica “A Alegria do Evangelho”.

“O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo”, diz o Papa argentino no documento, “é o de uma tristeza individualista, que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada”.

“Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem”, citou ainda o bispo auxiliar de Braga.

Nesta quarta-feira, de acordo com o Santuário de Fátima, inscreveram-se para a celebração final da peregrinação 41 grupos de peregrinos de 19 países, sendo que o contingente mais numeroso veio de Itália, com 10 grupos presentes.

JCP

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