1.º de Maio: Saída da crise passou por «desvalorizar quem trabalha», lamenta presidente da LOC/MTC

José Augusto Paixão alerta para consequências da crise e das medidas de austeridade

Lisboa, 30 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da Liga Operária Católica (LOC/MTC) lamentou que as propostas de “saída” da crise económica e financeira tenham passado, do ponto de vista do movimento, por “desvalorizar quem trabalha”.

“As únicas soluções encontradas passaram por prejudicar, desvalorizar quem trabalha, retirar apoios sociais aos trabalhadores, não permitir que as pessoas tenham uma vida digna mesmo depois do seu trabalho”, observa José Augusto Paixão, em entrevista à Agência ECCLESIA, a respeito das celebrações do 1.º de Maio.

O responsável observa que além dos problemas ligados ao desemprego, muitas pessoas que estão a trabalhar “vivem abaixo do limiar da pobreza”.

Uma situação que, na sua perspetiva, deriva da opção de procurar “lucros para o poder económico”, sem olhar à situação dos trabalhadores.

“A questão complica-se mais quando se desvaloriza o trabalho e se coloca no centro do trabalho as questões de falta de segurança, a falta de segurança de ter trabalho”, adverte.

José Augusto Paixão sustenta que a política de “precariedade, desemprego, salários baixos” acaba por não resolver quaisquer problemas “sociais ou económicos”.

Os responsáveis da LOC/MTC chamaram ainda a atenção, após um ciclo de encontros interdiocesanos, para um clima de “medo” no mundo laboral, reforçado pelo grande número de vínculos precários.

Para o presidente do movimento cristão de trabalhadores, é preciso fazer do 1.º de Maio um tempo de reivindicação.

“É importante que os trabalhadores se manifestem, venham para rua, digam o que sentem, o que pensam, com o desejo e a vontade de lutar para que as coisas mudem. Têm de ser protagonistas da mudança”, apela.

A celebração do 1.º de Maio vai estar em destaque na emissão deste domingo do programa ‘70×7’ (RTP2, 13h30).

OC

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