1.º de Maio: Presidente da ACEGE sugere celebração mais centrada no «trabalho»

João Pedro Tavares elogia capacidade de reação dos portugueses perante a crise

Lisboa, 29 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores Cristãos disse à Agência ECCLESIA que as celebrações do 1.º de Maio devem centrar-se mais no valor do “trabalho”, recordando também quem está desempregado.

“Um dos desafios que teríamos para o dia 1º de Maio seria tratar do trabalho e da dignidade do trabalho e não tanto do trabalhador. Sem esquecer que o trabalhador não é aquele que tem emprego”, declarou João Pedro Tavares, em entrevista que integra a mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

Para o líder da ACEGE, os desempregados são “quem mais carece de dignidade” e exigem uma participação de todos, de forma “cívica”, na transformação da sociedade.

“Os desafios são muitos e eu creio que deveria ser dia do trabalhador, mas também dia do trabalho”, precisa.

João Pedro Tavares entende que a crise económica levou a que muitas pessoas se “desinstalassem”, criando a consciência de que “tudo é ganho, mas não é dado por adquirido”.

Num mundo cada vez mais globalizado, o responsável elogia a capacidade dos portugueses de se adaptarem à mudança.

“A adoção de novas tecnologias vai trazer uma mudança significativa no mundo laboral, a globalização traz outras mudanças significativas no mundo do trabalho”, assinala.

Para o presidente da ACEGE, é necessário saber transformar “determinadas ameaças” em oportunidades, prestando atenção à necessidade de “requalificar pessoas e de as capacitar para as novas realidades tecnológicas que vão mudar bastante o panorama de trabalho”.

João Pedro Tavares espera que a comunidade educativa saiba exortar os jovens a ser “empreendedores”, precisando que isso não significa que sejam “empresários”.

“Não podemos ver negativamente a oportunidade que é dada aos jovens de trabalharem noutros locais. O que vejo como negativo é a perda de vínculo para com o país”, prossegue.

Em relação às consequências da crise e das medidas da austeridade, o presidente da ACEGE refere que foi pedido aos vários associados que evitassem despedimentos e procurassem “avaliar a situação pessoal dos seus colaboradores”.

“Muitos empresários procuraram não provocar esse drama social e comunitário para uma família”, observa.

João Pedro Tavares elogia depois o esforço de sensibilização que tem sido desenvolvido para levar empregadores e instituições públicas a “pagar a horas”, o que pode levar à criação de “120 mil empregos” e representa “praticamente 3 mil milhões de euros que são injetados na economia”.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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