Igreja/Divorciados: Discernimento proposto pelo Papa é «delicado, mas necessário», diz cardeal Christoph Schoenborn,

Exortação apostólica pós-sinodal foi apresentada pelo Vaticano

Cidade do Vaticano, 08 abr 2016 (Ecclesia) – O cardeal Christoph Schoenborn, arcebispo de Viena, apresentou no Vaticano, a exortação apostólica pós-sinodal ‘A Alegria do Amor’, considerando que o caminho de “discernimento” proposto aos católicos divorciados é “delicado, mas necessário”.

Na conferência de imprensa de lançamento do documento pontifício que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015), o responsável sublinhou que o Papa Francisco “não inova, neste documento, está na grande tradição pastoral prudencial da Igreja”.

A exortação apostólica pós-sinodal não aborda diretamente a possibilidade de acesso à Comunhão pelos divorciados recasados, que é negada pela Igreja Católica, mas o Papa observa que "o discernimento pode reconhecer que, numa situação particular, não há culpa grave".

“Por isso, já não é possível dizer que todos os que estão numa situação chamada ‘irregular’ vivem em estado de pecado mortal”, precisa Francisco.

O cardeal Christoph Schoenborn sublinhou que há situações conhecidas da prática pastoral em que “não é possível encontrar uma solução canónica, mas onde há certeza moral de que um primeiro matrimónio não era sacramental”.

Para o especialista, que participou nas duas assembleias sinodais, “é uma armadilha centrar tudo neste ponto” dos divorciados recasados.

“Quanto mais se desce na ação, nas situações concretas, mais delicado é discernir”, admitiu.

A este respeito, recordou que a admissão de alguns católicos em segunda união à Comunhão é uma “prática antiga” que nem São João Paulo II ou Bento XVI “colocaram em dúvida”.

“O Papa Francisco disse claramente que esta não é uma nova disposição canónica”, precisou.

Para o arcebispo de Viena (Áustria), “há muitas questões para continuar a discutir”, incluindo a “renovação da práxis sacramental”, no seu conjunto.

“Não se pode brincar com os sacramentos, não se pode brincar com a consciência”, advertiu.

Para o cardeal austríaco, há no novo documento “verdadeiras novidades, mas não ruturas” em relação ao magistério precedente.

OC

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Agência ECCLESIA

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