Igreja: Papa enaltece exemplo de D. Oscar Romero em defesa dos mais pobres

Francisco associou-se a beatificação do arcebispo salvadorenho, assassinado em 1980

Cidade do Vaticano, 23 mai 2015 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à beatificação de D. Oscar Romero, que reúne dezenas de milhares de pessoas em El Salvador, evocando a figura do arcebispo assassinado em 1980 como um exemplo na defesa dos mais pobres.

“Damos graças a Deus porque concedeu ao bispo mártir a capacidade de ver e ouvir o sofrimento do seu povo”, refere Francisco, numa carta dirigida ao arcebispo de São Salvador e presidente da Conferência Episcopal local, D. José Luis Escobar Alas.

D. Oscar Romero nasceu em agosto de 1917, em Ciudad Barrios (El Salvador) e foi morto a tiro no dia 24 de março de 1980 pela junta militar que dominava o país.

“O seu ministério distinguiu-se por uma particular atenção aos mais pobres e marginalizados. No momento da sua morte, enquanto celebrava o Santo Sacrifício do amor e da reconciliação, recebeu a graça de se identificar plenamente com Aqueles que deu a vida pelas suas ovelhas”, assinala o Papa.

A beatificação acontece depois de o pontífice argentino ter autorizado a 3 de fevereiro deste ano a publicação do decreto que reconhecia o martírio de D. Oscar Romero.

Francisco indica, na missiva divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, que o novo beato soube “guiar, defender e proteger” o seu povo num tempo de “difícil convivência”, permanecendo “fiel ao Evangelho e em comunhão com toda a Igreja”.

“Com coração de pai, preocupou-se com as ‘maiorias pobres’, pedindo aos poderosos que transformassem ‘as armas em foices para o trabalho’”, prosseguiu.

Segundo o Papa, esta beatificação é motivo de “grande alegria”, recordando a vida de um bispo que “construiu a paz com a força do amor” e testemunhou a sua fé até à morte.

“Que aqueles que tenham monsenhor Romero como amigo na fé, os que o invocam como protetor e intercessor, os que admiram a sua figura, encontrem nele força e coragem para construir o Reino de Deus, para se comprometerem por uma ordem social mais equitativa e digna”, escreve.

Francisco sustenta que a fé cristã gera comunidades de “paz e de solidariedade”, uma missão que continua a ser necessário num mundo necessitado de “misericórdia” e de “reconciliação”.

A carta conclui-se com votos de uma “verdadeira reconciliação nacional” em El Salvador.

“É necessário renunciar à violência da espada, do ódio e viver a violência do amor que Cristo deixou ao ser pregado na cruz, que faz com que cada um vença os seus egoísmos e não haja desigualdades tão cruéis entre nós”, pede o Papa.

OC

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