Vaticano: Papa alerta para «rigidez» e pede fé firme em Jesus

Cidade do Vaticano, 15 dez 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco explicou hoje a diferença entre a rigidez da lei, da disciplina, e a misericórdia que Jesus veio trazer na homilia inspirada pelo Evangelho de São Mateus (21,23-27), na Eucaristia na capela da Casa de Santa Marta.

“A eles, não interessava a verdade, queriam só os seus interesses e se deixavam-se levar pelo vento, agiam como ‘bandeiras, por aqui, por ali’; todos sem consistência. Corações sem consistência: negociavam tudo: a liberdade interior, a fé, a pátria; menos a aparência”, disse.

Para Francisco, a pergunta dos sumos-sacerdotes e anciãos do povo a Jesus enquanto Ele ensinava no Templo “mostra o coração hipócrita daquele povo”.

Os sumos-sacerdotes e anciãos do povo, assinala o Papa, eram “oportunistas” e só se “importavam em sair bem das situações”.

Nesse contexto, comenta que o povo “observava a lei” na “aparência” – “aos sábados não caminhavam muito, nunca se sentavam à mesa sem lavar as mãos, eram pessoas muito seguras de seus hábitos”.

“Tinham o coração fraco e a pele engessada, forte, dura. Ao contrário, Jesus ensina que o cristianismo deve ter o coração forte, sólido, que cresce sobre a rocha que é Cristo e caminha com prudência”, desenvolveu.

Para Francisco, um bom exemplo, neste contexto, foi o Papa Pio XII quando “libertou da cruz tão pesada do jejum eucarístico”.

“Não se podia beber nem mesmo uma gota de água e para escovar os dentes, a água não devia ser engolida”, recordou o Papa que apresentou a sua própria experiência de vida.

“Eu mesmo quando jovem fui-me confessar”, disse.

Nesta altura, destacou Francisco, “muitos fariseus se escandalizaram” porque o Papa Pio XII tinha mudado a “disciplina da Igreja!”.

“Pio XII fez como Jesus: viu as necessidades das pessoas. Os padres celebravam três Missas, a última depois do meio-dia, em jejum”, acrescentou.

Nesse sentido, o Papa alertou que a vida de cada um também se pode tornar rígida por fora e não estar firme “sobre a rocha” que é “Jesus”, e explicou o que pede a Deus quando encontra cristãos nesta situação.

“Senhor, atire uma casca de banana para que escorregue, se envergonhe de ser pecador e assim encontrá-lo”, revelou.

“Mas as pessoas simples não erravam”, observou Francisco, mesmo com as palavras dos doutores da lei porque “tinham aquele faro da fé”.

O Papa Francisco, divulga a Rádio Vaticano, terminou a homilia na Eucaristia matinal com uma oração na qual pediu ao Senhor “a graça” por um “coração simples, luminoso com a verdade” para que todos “possam ser amáveis”.

“Jamais condenar, jamais condenar”, alertou acrescentando quem tem vontade de condenar deve condenar-se a si próprio que “algum motivo terá”.

RV/CB

 

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