Diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP aponta «revolução no estilo e método» e recorda discurso de Francisco em Lampedusa
Lisboa, 10 mar 2014 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Católica Portuguesa considera que Francisco operou uma “revolução no estilo e método” de ser Papa.
“A revolução não é doutrinal, no essencial há uma continuidade sobre as grandes questões”, refere à Agência ECCLESIA José Miguel Sardica, assinalando no entanto, um “arejamento” na Cúria e na Igreja e uma “aproximação às pessoas”.
O docente universitário salienta, simbólica e politicamente, o discurso que o Papa realizou em Lampedusa, ilha do sul de Itália onde desembarcam centenas de imigrantes tentando alcançar o continente europeu, contrastando com as palavras que figuras políticas tiveram no mesmo local.
“Mostra bem como as pessoas, graças ao estilo de Francisco, compreendem a sua mensagem e a aceitam, porque ele diz o que as pessoas sentem; ao mesmo tempo, rejeitam a mensagem que políticos europeus importantes disseram no mesmo local e sobre o mesmo tema”, refere.
José Miguel Sardica aponta sinais de “influência, aceitabilidade e empatia” de Francisco, que completa a 13 de março um ano de pontificado.
Para o diretor da FCH, o Papa é “uma figura humana e um símbolo”: “Francisco reúne características de empatia humana, de simpatia, parece-nos uma pessoa mais feliz, à vontade, mais expansiva e não será por ser mais novo, porque foi eleito com 76 anos”.
José Miguel Sardica assinala a preocupação institucional mas pessoal, fazendo lembrar características de João Paulo II.
“São dois Papas para quem a Cúria e a instituição Igreja são importantes, mas mais do que isso, o importante é levar a palavra às pessoas”, sublinha.
José Miguel Sardica integra um grupo de colaboradores da ECCLESIA que semanalmente comenta a atualidade informativa cuja análise completa pode encontrar no canal 524995 da plataforma MEO.
LS