II Concílio do Vaticano: O carácter «laborioso e complicado» das discussões conciliares

A 04 de Dezembro de 1963, o Papa Paulo VI, sucessor de João XXIII, ao encerrar a segunda sessão do II Concílio do Vaticano, promulgou o primeiro documento oficial da grande assembleia: A Constituição sobre a Sagrada Liturgia «Sacrosanctum Concilium» (SC). O Papa evoca o carácter “laborioso e complicado” das discussões conciliares, mas rejubila com o nascimento da SC. O novo documento vai introduzir “algumas simplificações no culto, torná-lo mais compreensível aos fiéis e mais próximo da sua linguagem actual”.

A 04 de Dezembro de 1963, o Papa Paulo VI, sucessor de João XXIII, ao encerrar a segunda sessão do II Concílio do Vaticano, promulgou o primeiro documento oficial da grande assembleia: A Constituição sobre a Sagrada Liturgia «Sacrosanctum Concilium» (SC). O Papa evoca o carácter “laborioso e complicado” das discussões conciliares, mas rejubila com o nascimento da SC. O novo documento vai introduzir “algumas simplificações no culto, torná-lo mais compreensível aos fiéis e mais próximo da sua linguagem actual” (In: Fesquet, Henri «O Diário do Concílio», volume 1, página 356, Publicações Europa-América).

No entanto, antes da «Sacrosanctum Concilium» ver a luz do dia, os padres conciliares tiveram muito trabalho preparatório. Em Outubro de 1960 foi constituída uma comissão, com 13 subcomissões, presidida pelo cardeal G. Cicognani e depois pelo cardeal A. Laraona, que elaboraram um documento apresentado à comissão central do Concílio, na Primavera de 1962. “O tema da renovação da Liturgia da Igreja ocupou 15 assembleias plenárias, tendo havido 326 intervenções orais, cerca de 600 escritas, resultando em centenas de emendas ao texto apresentado” (In: Morujão, Manuel «Ser Cristão à luz do Vaticano II, página 65, Editorial A.O. Braga).

Um documento “profundamente inovador de hábitos seculares” teve uma unanimidade considerável. No livro «Vivre la foi avec le Concile Vatican II, Rey Mermet considera esta aprovação como “a maior reforma litúrgica de todos os tempos” e que foi também “a maior reforma dos próprios cristãos”. A relação final do Sínodo Extraordinário dos Bispos, em 1985, celebrando os 20 anos da conclusão do concílio convocado pelo Papa João XXIII, afirma que a “renovação litúrgica é fruto mais visível de toda a obra conciliar”.

Para muitos cristãos, o II Concílio do Vaticano como que se resumiu à reforma litúrgica que pôs em andamento: “a Eucaristia e outros sacramentos tornaram-se acessíveis em língua comum; o sacerdote passou a celebrar voltado para o povo; o ambiente distanciante de mistério de uma celebração litúrgica tornou-se mais próximo e fraterno. A renovação litúrgica foi como que o fermento da renovação global de toda a Igreja” (In: Morujão, Manuel «Ser Cristão à luz do Vaticano II, página 66, Editorial A.O. Braga).

É o próprio João Paulo II que afirma, em Fevereiro de 1980, que existe, “de facto, uma ligação muito íntima e orgânica entre a renovação da liturgia e a renovação de toda a vida da Igreja. A Igreja não somente age, mas exprime-se também na liturgia e dela vive; e à liturgia vai buscar as energias para a vida”.

Se o II Concílio do Vaticano, que se concluiu há cerca de 50 anos, não tivesse feito “mais nada do que pôr em andamento a reforma litúrgica, só por isso ficaria na história. É que a vida litúrgica é um justo aferidor do nível da vida cristã de um pessoa ou comunidade”, escreveu o padre Manuel Morujão, na obra citada anteriormente. Por outro lado, Henri Fesquet escreveu “há que sacudir o pó imperial que se acumulou sobre a cátedra de São Pedro desde Constantino”.

 LFS

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