Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde deixa alertas ao assinalar Dia Mundial do Doente
Lisboa, 10 de fev 2014 (Ecclesia) – O coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde (CNPS), padre José Manuel Pereira de Almeida, afirmou que a atual crise exige “uma determinação forte” para não “descurar o cuidar dos mais pobres”.
“O que não podemos deixar que aconteça em Portugal é que os ricos tenham médicos privados e os pobres fiquem privados de médicos: os dirigentes e responsáveis têm de ter uma determinação forte a esse propósito, não se pode descurar o cuidar de quem mais precisa”, refere, em entrevista à Agência ECCLESIA, a propósito do Dia Mundial do Doente que a Igreja Católica assinala esta terça-feira.
O sacerdote e médico sustenta que o Serviço Nacional de Saúde “carece de uma simplificação, mas foram feitas coisas muito significativas em Portugal, como por exemplo a diminuição da mortalidade infantil”.
Em tempos de crise, “é necessário aprender com aqueles que, em situações piores, conseguem manter os cuidados de saúde mais de acordo com as necessidades de cada pessoa”, acrescenta.
“Saúde e salvação, pelo menos em latim têm a mesma raiz e quando Jesus se aproxima dos doentes aproxima-se do mesmo modo como se aproxima dos excluídos e pobres, para os incluir no seu coração e para os acolher”, explica o padre José Manuel Pereira de Almeida.
Tendo essa premissa como base, há “um desafio, que é perceber como a Pastoral da Saúde pode estar verdadeiramente inserida na paróquia, não complicando estruturas, mas dando uma dimensão àquelas que já existem”.
“A capelania hospitalar é uma estrutura insubstituível, particularmente relevante, que quando bem exercida funciona como plataforma de abertura”, aliando-se a “um serviço que desperta o que há de melhor, quer nos profissionais de saúde quer nos doentes”.
Quanto aos ministros da Comunhão e visitadores dos doentes, o novo coordenador da CNPS considera que estes podem “ter um papel ainda mais importante”, se obtiverem “mais formação, em ambiente de reflexão de Pastoral da Saúde, o que levaria toda a comunidade cristã a estar presente nessa visita ao doente”, estabelecendo “inter-relações e sendo antenas em termos de questões sociais e de saúde mais globais”.
A mensagem de Francisco para o Dia Mundial do Doente pretende mostrar que “quando se visita um doente” se socorre “quem necessita, de facto”, e “é o próprio Jesus que mora naquele coração atribulado”, conclui o coordenador da CNPS, organismo da Igreja Católica em Portugal.
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