Igreja: Apostar na pastoral do acolhimento com «criatividade e assertividade»

Padre Ricardo Neves sublinha que no meio do individualismo atual há cada vez mais «gente desejosa de encontros pessoais»

Angra do Heroísmo, Açores, 07 fev 2014 (Ecclesia) – O padre Ricardo Neves, do Patriarcado de Lisboa, sublinhou a importância da Pastoral do Acolhimento na Igreja Católica, durante um seminário dedicado ao tema em Angra do Heroísmo, nos Açores.

Citado pelo serviço informativo da Diocese de Angra, o sacerdote salientou que, no meio do individualismo que carateriza a sociedade, há cada vez mais “gente desejosa de encontros pessoais”, um desafio ao qual as estruturas católicas devem responder com “mais criatividade e assertividade”.

Em vez de serem um local onde as pessoas se sentem “avaliadas”, nas suas ações e vivências, as igrejas locais devem ser antes de mais “família de pessoas, experiência de relação”, apontou o antigo vice-reitor do Seminário de São José de Caparide.

Enquanto “casa que abriga do mal”, uma igreja precisa de ter a capacidade de “transformar cada contrariedade, cada necessidade, cada circunstância da vida em oportunidade onde as pessoas se encontrem umas com as outras”, acrescentou.

Um dos problemas detetados na pastoral do acolhimento, nos dias de hoje, é a carga burocrática que envolve o trabalho dos sacerdotes, impedindo-os de terem uma relação mais “cara a cara” com os fiéis, de serem “sempre a figura segura e serena a que se pode recorrer”.

Para corrigir essa lacuna, o padre Ricardo Neves propôs a aposta em mais “tempos diários de acolhimento pessoal”.

Outra questão prende-se com o facto de se olhar muito para a pastoral do acolhimento com algo que é responsabilidade apenas dos sacerdotes, dos diáconos ou de leigos formados para o efeito.

De acordo com o atual pároco do Estoril, em Lisboa, é preciso rejeitar essa visão, já que “o acolhimento não é uma tarefa confiada a uma equipa de técnicos especialistas”.

Esta missão deve ser antes “o ar que se respira em toda a comunidade e o clima da vida da Igreja”, concluiu o padre Ricardo Neves.

Uma interpelação reforçada por D. António de Sousa Braga, bispo de Angra, que durante o Seminário exortou a comunidade cristã a não temer “o risco do encontro”.

JCP

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