Ecumenismo: Reconhecimento mútuo do batismo é um «gesto contracorrente»

Padre Alexandre Palma considera assinatura da declaração conjunto a afirmação de que fraternidade «é possível»

Lisboa, 25 jan 2014 (Ecclesia) – O padre Alexandre Palma considera que o reconhecimento mútuo do batismo por parte das Igrejas Cristãs um “gesto contracorrente” para a sociedade marcada hoje por “múltiplas fragmentações”.

“Em tempos de múltiplas fragmentações, num país perigosamente exposto a maiores divisões – culturais, sociais, políticas, económicas – esta voz de quem procura aproximar caminhos e reconhecer o valor do diferente preenche o nosso espaço público”, “oxigena-o”, mostrando que a “fraternidade também é caminho de futuro possível para o nosso país”, escreve o sacerdote num artigo de opinião publicado no Semanário da Ecclesia.

Os responsáveis pela Igreja Católica Romana, Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e Igreja Ortodoxa do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla vão no dia 25 assinar uma declaração onde reconhecem mutuamente o sacramento do batismo.

Para o sacerdote este é um gesto que “não esconde nem esquece as diferenças que subsistem entre as Igrejas signatárias” mas que emite para o exterior e interior das comunidades, uma mensagem de que “elas são melhor definidas pelo que as une que por aquilo que ainda as separa”.

O sacramento do batismo “é o laço” que faz do cristianismo “um lugar de proximidade” sem a pretensão da “prescrição moral, mas por recriação pascal”.

Escreve o padre Alexandre Palma, num artigo publicado no Semanário da Ecclesia dedicado ao Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, que “o Homem” reconhece a “unidade essencial” através de “Jesus Cristo”, sendo que, esta “afinidade” com o “ressuscitado”, é elevada entre todos os homens “ao nível de fraternidade universal de todos os filhos de Deus”.

O passo conjunto tem um “alcance profético”, indica o sacerdote, uma vez que pede às comunidades que reconheçam, revejam e se redescubram como “participantes de um corpo maior” do que a Igreja.

A declaração de reconhecimento mútuo do Sacramento do Batismo vai ser assinada por representantes da Igreja Católica Romana, da Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, da Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e da Igreja Ortodoxa do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla.

A assinatura vai acontecer durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São Paulo, com início marcado para as 18h00, na presença de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que vai propor uma reflexão após a Liturgia da Palavra.

LS

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