Cáritas: Haitianos agradecem ajuda

Eugénio Fonseca realizou visita ao país, quatro anos após o sismo que provocou 230 mil mortes

Lisboa, 16 jan 2014 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa chegou hoje do Haiti onde, como contou à Agência ECCLESIA, a população local lhe agradeceu os donativos entregues pela organização católica aquando do terramoto de 2010 que destruiu o país.

“Os portugueses foram muito sensíveis a este drama e a palavra do povo haitiano foi ‘obrigado a Portugal’; vi pessoas muito contentes porque ajudamos a criar condições melhores de habitabilidade, de higiene e sanitárias”, revelou Eugénio Fonseca.

“Todos disseram palavras que mostram um grande reconhecimento, às vezes até com um sentimento de alguém que acha que não merecia a ajuda que lhes foi dada. Perante tantos gestos e palavras de gratidão tive de lhes dizer que o povo português fez aquilo que devia fazer numa hora tão dramática para o povo do Haiti”, acrescentou.

Segundo este responsável, apesar da distância geográfica os portugueses sentiram-se “irmanados pelo mesmo sofrimento que atingiu naquela hora 3 milhões de haitianos, dos quais mais de 230 mil acabaram por morrer”.

Apesar de ter encontrado um país “com uma organização totalmente diferente, livre dos destroços que davam um aspeto triste e desanimador ao país”, daquela que viu aquando da primeira visita feita há 2 anos, o presidente da Cáritas explica que o Haiti “é o país mais pobre da América, com altos índices de pobreza que por vezes é tão grande que os que vivem nela muitas vezes optam por meios não tão legais para poder encontrar meios de sobrevivência”.

A Campanha Pública ‘Cáritas Ajuda Haiti’, que decorreu entre 13 de janeiro e 24 de março de 2010, contabilizou donativos no valor de 1 375 845,77 euros, que foram aplicados nas ações de emergência e reconstrução a favor das vítimas do sismo, recorda o presidente da Cáritas Portuguesa, que esteve no Haiti na companhia do responsável pelas relações internacionais, João Pereira.

Logo depois do terramoto algum do valor angariado foi canalizado pela ‘Caritas Internationalis’ para a compra de mais de 500 tendas que foram “distribuídas nas áreas de Saint Francois de Sales e Hospice Saint Joseph, alimentos para 200 famílias durante um mês e 10 depósitos de água potável em campos de deslocados”.

O valor foi ainda canalizado a partir de janeiro de 2011 para “um projeto de reinserção social e laboral das famílias atingidas pelo terramoto” que levou à construção em PortauPrince, na paróquia de Notre Dame de um centro técnico de formação profissional onde se dão cursos de informática, serralharia, de pedreiro, de gestão económica, de cidadania, onde até agora por exemplo 360 pessoas já concluíram a formação em gestão de negócios e criaram o seu próprio negócio”, contou Eugénio Fonseca.

Com o apoio da congénere suíça, a Cáritas Portuguesas “construi 27 habitações nas regiões de Cabaret e Lêogane” além de ter ajudado, através da Diocese do Algarve, à “reconstrução de infraestrutura eclesial, na paróquia de S. Jude e S. Simon, em Grand Savane”.

Durante a visita que fez a algumas das casas construídas com o apoio da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca aproveitou para questionar os donos e todos eles “sorriram” dado que as casas atuais são “muito melhores” do que as anteriores, tendo “até sistemas antissísmicos”.

MD

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