Papa pede respeito pela liberdade religiosa

Francisco diz que europeus devem reconhecer papel do Cristianismo na construção da sua identidade

Cidade do Vaticano, 17 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje ao respeito pela liberdade religiosa e ao reconhecimento do papel do Cristianismo na construção da identidade da Europa, numa mensagem enviada a um encontro entre católicos e ortodoxos.

O texto, divulgado pela Rádio Vaticano, pede que as autoridades civis respeitem “em todos os lugares” o direito dos crentes a “viver livremente o seu próprio culto e exprimir publicamente a sua fé”.

O Papa Francisco alude ao 1700.º aniversário do “histórico” Édito de Milão, que trouxe liberdade religiosa aos cristãos, assinado pelo imperador romano Constantino, que nasceu em 274 e faleceu em 337.

A mensagem, enviada através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, é dirigida ao patriarca ecuménico (Igreja Ortodoxa) de Constantinopla (atual Istambul), Bartolomeu, que acolhe na Turquia um seminário sobre o decreto do imperador romano, em colaboração com o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).

O Papa convida “todos os cidadãos europeus” a reconhecerem “o papel que o Cristianismo teve na formação” da sua cultura e a permanecerem “aberto ao contributo contínuo que os crentes cristãos podem dar neste sentido”.

Francisco deixa uma saudação particular a Bartolomeu, manifestando a sua “esperança” de que se chegue rapidamente “ao dia em que as divisões do segundo milénio” entre católicos e ortodoxos “sejam definitivamente uma coisa do passado”.

Na abertura dos trabalhos, o patriarca ortodoxo defendeu que a Igreja “não desapareceu” da vida pública” e a influencia, quando “vive, existe e sofre duramente no cativeiro, mesmo quando é perseguida”.

Já o presidente do CCEE, cardeal Péter Erdo, alertou para uma “recusa prática de Deus” na cultura europeia, que considera a religião como uma opinião subjetiva sem “caráter social”, relegando-a para a “esfera privada do indivíduo”.

O encontro, à porta fechada, decorre até sábado e tem intervenções previstas de representantes cristãos, judeus e muçulmanos sobre a realidade das religiões no mundo e as suas relações com a política e a sociedade.

RV/OC

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