«Sem o auxílio divino da oração e a renúncia a nós próprios, dificilmente viveremos para os outros», sustenta D. Anacleto Oliveira
Viana do Castelo, 14 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo considera as propostas de “jejum, oração e esmola”, próprias da Quaresma, um meio essencial para o reforço do compromisso cristão no meio da sociedade.
Numa mensagem dedicada ao tempo litúrgico que antecede a Páscoa, iniciado esta quarta-feira, D. Anacleto Oliveira salienta que para quem anuncia a Palavra de Deus “é muito mais fácil falar daquilo que já se manifesta” na sua vida “e para quem escuta é muito mais convincente” ouvir aquilo “que já vê” acontecer “ao vivo” com os outros.
A abstinência e o diálogo com Deus são caminhos para a “prática da caridade” que, uma vez exercida de forma autêntica, se transforma no método “mais eficaz” de transmitir o Evangelho” a um mundo que dele “tanto precisa”, reforça o prelado, no texto enviado à Agência ECCLESIA
D. Anacleto Oliveira esclarece que a prática da verdadeira caridade não implica apenas abdicar “daquilo que pode fazer falta, para o oferecer aos outros”.
“Sem o auxílio divino da oração e a renúncia a nós próprios, dificilmente viveremos para os outros, com a caridade pura e incondicional, ilimitada e persistente do nosso Deus”, sustenta o responsável católico.
Para mobilizar os fiéis para a prática destes pressupostos, o prelado decidiu dividir este ano a renúncia quaresmal das comunidades, em três partes iguais, por projetos ligados à ação socio-caritativa, à espiritualidade e à evangelização e promoção humana.
Os donativos recolhidos durante as eucaristias vão ser enviados para as Conferências de São Vicente Paulo que atuam ao nível das paróquias, um movimento “há muitos anos ativo e no qual a ajuda aos mais carenciados é prestada de modo absolutamente gratuito”.
Serão também repartidos pelo Centro Pastoral Paulo VI de Viana do Castelo “que, dentro em breve, irá ser sujeito a profundas obras de conservação e restauro”, e pela Missão de Itulo, na Diocese de Nacala, em Moçambique, atualmente empenhada na construção de “um lar para estudantes mais pobres”.
A Quaresma é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa (celebrada este ano a 31 de março), a principal festa do calendário cristão
JCP