Dia da Universidade Católica «deve ser uma oportunidade para ponderar a pertinência da novidade da mensagem cristã nas diversas áreas do saber»
Braga, 04 fev 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, considera que a Igreja Católica deve perder o medo de discutir publicamente as suas perspetivas, para evitar que a crença em Deus continue a perder relevância nas grandes opções da sociedade.
“A pouca incidência da fé nos problemas deve-se, creio eu, ao receio de debates intelectuais com a alteridade. Afinal, não temos nada a perder, tal como comprova o sucesso do evento Átrio dos Gentios”, afirmou este domingo na sé de Braga, refere o site da arquidiocese.
Na missa em que foi assinalado o Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa (UCP), o prelado sublinhou que “o ensino em Portugal corre o sério risco de hipervalorizar as áreas científicas e relativizar as áreas humanas e sociais”.
Para D. Jorge Ortiga o dia da instituição “deve ser uma oportunidade para ponderar a pertinência da novidade da mensagem cristã nas diversas áreas do saber”.
“Como Universidade Católica, é-nos exigido uma diferença substancial pois o ‘mundo necessita de um novo pensamento e de uma nova síntese cultural’, escreve o Papa Bento XVI”, recordou o prelado, numa homilia em que fez referência ao pintor alemão Albrecht Dürer e ao filme “A Vida de Pi”, recentemente estreado em Portugal.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana sugeriu a inclusão de “uma unidade curricular comum em todos os cursos [da Universidade Católica], onde se reflita a problemática humana e religiosa, de modo a percecionar a diferença cristã em benefício da verdade do próprio Homem”.
“Como subsídio para os vossos trabalhos académicos, o Catecismo da Igreja Católica terá sempre uma ideia, uma informação, uma certeza, um juízo, uma premissa, um princípio, um valor ou um conceito para vos oferecer e que enriquecerá certamente a vossa reflexão em defesa da verdade e da dignidade do Homem”, afirmou.
A Universidade Católica Portuguesa, instalada em Lisboa, Porto, Braga e Viseu, concedeu graus a mais de 20 mil alunos nos seus 46 anos de existência.
O Átrio dos Gentios, plataforma da Igreja Católica para o diálogo entre crentes e não crentes promovida pelo Vaticano, passou pela primeira vez em Portugal no mês de novembro, com sessões em Guimarães e Braga, que eram então Capitais Europeias da Cultura e da Juventude.
SNPC/RJM