Braga: Divulgar barroco para ser «fruído por mais pessoas»

D. Jorge Ortiga deixa apelos na apresentação de congresso luso-brasileiro que assinala 200 anos do Bom Jesus

Braga, 21 set 2011 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga pediu esta terça-feira que o próximo congresso luso-brasileiro do barroco, que vai decorrer de 20 a 22 de outubro, no Bom Jesus, ajude a dar a conhecer este movimento artístico.

“Parece-me que este congresso vai proporcionar um conhecimento mais adequado daquilo que é o barroco”, para que “depois possa ser fruído por muitas mais pessoas”, disse D. Jorge Ortiga na conferência de apresentação do evento.

A iniciativa é da Confraria de Bom Jesus do Monte (Braga), que pretende assim assinalar os 200 anos da conclusão arquitetónica do templo com a realização de um congresso internacional especialmente consagrado às realizações do barroco em Portugal e no Brasil.

O presidente da Confraria referiu que foi entendido celebrar os 200 anos do Templo ao longo de todo o ano, com uma programação apoiada em três vetores: religioso, ambiental e cultural.

Segundo João Varanda, neste momento estão reunidas 130 inscrições e estão selecionadas 50 comunicações científicas.

Aos jornalistas, o presidente da comissão científica do congresso luso-brasileiro revelou que as inscrições para as comunicações científicas excederam as expectativas.

“Nós contávamos fazer apenas uma sala com reuniões”, mas acabou por ser necessário dividir as mesas-redondas por duas salas, disse Aurélio de Oliveira.

Com participação gratuita, a organização espera chegar ao limite máximo de 200 inscrições.

Em texto publicado pelo semanário Agência ECCLESIA, a respeito desta efeméride, Aurélio de Oliveira passou em revista a história do atual templo que “remata o monumental escadório, com as Capelas e Passos da Paixão”, concluído em setembro em 1811, substituindo um antigo templo barroco que vinha do tempo de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728).

O especialista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto indica que no século XVIII, “o Bom Jesus do Monte transforma-se no grande santuário de romagem não só de Entre Douro e Minho como do conjunto do Reino”, pelo que as acomodações se tornaram “exíguas”.

“Ameaçando ruína a capela setecentista do tempo de D. Rodrigo, exíguos os espaços de culto e acomodações, encomendou-se um novo templo”, recorda Aurélio de Oliveira, obra que seria construída no patamar superior ao que ocupava o anterior do tempo de Moura Teles.

“Foi o Arquiteto Carlos Amarante, que já na cidade exercia importantes cargos em obras e por incumbência do Arcebispo e da edilidade e que na mesma deixaria outras obras notáveis. Começaram as obras em 1784 tendo-se concluído em setembro de 1811”, acrescenta.

Paralelamente ao congresso de outubro, vai ser realizada uma mostra de atividades e profissões relacionadas com a recuperação de património.

DM/OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top