Papa condena abusos de menores na Igreja

Papa fala em vergonha e humilhação para todos os que sofreram com estas situações

Bento XVI condenou hoje, 18 de Setembro, os “crimes inqualificáveis” de abusos de crianças, especialmente os que aconteceram “dentro da Igreja” e foram cometidos “pelos seus ministros”.

“Acima de tudo, expresso a minha profunda dor às vítimas inocentes destes crimes inqualificáveis”, afirmou.

Na homilia da Missa a que preside na Catedral de Westminster, em Londres, o Papa associou-se ao “imenso sofrimento” que foi causado.

Bento XVI reconheceu “a vergonha e a humilhação que todos sofremos por causa destes pecados”, deixando votos de que a situação seja superada, levando a uma “cura das vítimas”, “purificação da Igreja” e “renovação do compromisso na educação e cuidado dos mais novos”.

“Manifesto a minha gratidão pelos esforços feitos para enfrentar este problema de forma responsável e peço a todos que mostrem preocupação pelas vítimas e solidariedade com os vossos padres”, acrescentou.

O Papa rezou ainda para que as vítimas dos abusos sexuais por partes de membros do clero encontrem “cura profunda e paz nas suas vidas”.

Numa Catedral dedicada ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, Bento XVI lembrou os sofrimentos da Igreja, em especial os “mártires de todos os tempos” e aqueles que ainda hoje “sofrem discriminação e perseguição pela sua fé cristã”.

A homilia lembrou em particular “os doentes, os idosos, os deficientes e os que sofrem mental e espiritualmente”.

O Papa voltou a lembrar o património cristão do Reino Unido e desafiou os cristãos do país a “construir uma sociedade digna do homem, digna das mais altas tradições” da nação.

“Que os católicos desta terra se tornem cada vez mais conscientes da sua dignidade enquanto povo sacerdotal, chamados a consagrar o mundo a Deus através da sua vida de fé e santidade”, desejou.

Para Bento XVI, a sociedade contemporânea precisa deste “testemunho” da “alegria e liberdade nascidas de uma relação viva com Cristo”, apelando à oração pelas vocações sacerdotais.

Neste contexto, o Papa aludiu à figura do Cardeal John Henry Newman, que vai beatificar no Domingo, pedindo que “as profundas ideias deste grande inglês continuem a inspirar todos os seguidores de Cristo nesta terra” a defender “as verdades morais imutáveis” que “estão na base de uma sociedade verdadeiramente humana, justa e livre”.

Bento XVI disse que “um dos grandes desafios do nosso tempo é como falar de forma convincente da sabedoria e do poder libertador da palavra de Deus num mundo que demasiadas vezes vê o Evangelho como uma limitação à liberdade humana”.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, em Londres

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