Humanidade fecha-se a Deus

D. Peter Turkson alertou hoje, em Fátima, para uma humanidade cada vez mais distante da divina providência

Mais do que num Deus Criador, devemos acreditar também num Deus providente, “que conhece todas as necessidades do seu povo e que é capaz de fornecer todas as bênçãos em abundância”.

Mas esta é uma convicção que está cada vez mais em risco, subordinada às preocupações terrenas ou materiais e também aos avanços da ciência e da tecnologia.

O alerta foi deixado pelo cardeal Peter Turkson, durante a celebração eucarística de dia 13, em Fátima, enquadrada na Peregrinação Internacional Aniversaria de Setembro.

Para o prelado, “a ilusão e as preocupações da vida podem tornar-se verdadeiros obstáculos à nossa fé em Deus e podem maliciosamente comprometer a nossa relação com Deus, a nossa vida religiosa e a nossa vida de fé”.

D. Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, falou de uma situação que afecta não só os responsáveis eclesiais, os cristãos, individualmente, e as comunidades cristãs, mas também “governos nacionais e organizações mundiais”.

O cardeal deu como exemplo a Conferência das Nações Unidas no Cairo, onde os líderes mundiais procuraram encontrar soluções para enfrentar um crescimento populacional desmedido.

“A interrupção ou a redução foram sugeridas como alternativas para controlar o crescimento dos seres humanos no planeta”, adianta o prelado, sublinhando que “a conferência, sem ser religiosa, não teria só ateus a participar”.

“As suas preocupações e discussões não contaram muito com Deus nem com o seu cuidado providente à Criação, obra das suas mãos”, apontou o mesmo responsável.

Ideias como “a morte de Deus”, suportadas “pelos avanços da tecnologia”, afirmou ainda D. Peter Turkson, contribuem actualmente para “afugentar qualquer crença na presença de um Deus providente na vida humana”.

O cardeal considera que os avanços da ciência e da tecnologia são positivos mas “não podem pretender substituir ou tornar redundante” aquela missão divina.

Perante a multidão de peregrinos que assistiu à celebração eucarística em Fátima, D. Peter Turkson deixou ainda o desafio de confiarem num Deus que “pode ser oculto”, mas que “nunca abandona a obra das suas mãos”.

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