Ir a Fátima e não ver o Papa

Milhares de pessoas não conseguiram entrar na esplanada do Santuário e ouviram as palavras de Bento XVI através da rádio.

A esplanada do Santuário de Fátima estava repleta – mais de 500 mil de peregrinos – para a celebração do 13 de Maio, presidida por Bento XVI. Nas zonas circundantes, milhares de pessoas circulavam e ouviam as palavras de Bento XVI através da rádio. “Viemos a Fátima e ainda não vimos o Papa” – queixavam-se três senhoras idosas, sentadas em pequenos bancos e abrigadas por sebes.

Poucos metros mais à frente, junto à Casa de Nossa Senhora do Carmo, um grupo de peregrinos lamentava não ter lugar no recinto. “A minha sorte é que trouxe este pequeno rádio que tinha lá em casa” – disse um deles. Colocou novamente o aparelho junto à orelha esquerda.

Apesar da celebração estar a decorrer a muitos metros de distância, as pessoas batiam palmas mesmo sem estarem a ver o que acontecia no recinto. As unidades hoteleiras estavam lotadas e muitos peregrinos trouxeram os seus sacos camas ou as tendas do campismo. Perante o olhar de alguns transeuntes, um dos utilizadores deste «casa móvel» disse: “É mais barato, apesar do frio e chuva que passámos durante a noite”.

Não foram só os peregrinos que acorreram a Fátima para as celebrações do 12 e 13 de Maio deste ano. Numa azáfama constante, perto de dois mil jornalistas procuravam relatar – através da escrita, sons e imagens – o que acontecia no Santuário de Fátima.

O sol ora escondia-se, ora brilhava entre as nuvens, “para chuva já chegou a de ontem” – disse à Agência ECCLESIA uma peregrina de Vouzela. A maioria dos peregrinos que não tinha lugar no recinto para participar na celebração presidida por Bento XVI aproveitou o tempo para comprar recordações de Fátima. As lojas tinham a televisão ou o rádio ligado… Apreciavam a estatuária de imagens religiosas e ouviam aquilo que não tiveram oportunidade de presenciar «in loco», a missa presidida por Bento XVI.

Situado no centro de Portugal, o Santuário acolheu muitos peregrinos vindos de diversos países. Nas ruas, a língua castelhana e francesa misturava-se com a língua lusitana de sotaques regionais.

“Então, não levas uma prendinha para os teus” – dizia um peregrino para um elemento do grupo de Aveiro. E acrescentou para os restantes: “já estive em muitos trezes, mas nunca vi tanta gente”.

Algumas cores da indumentária dos peregrinos davam nas vistas. Muitos utilizavam coletes verdes florescentes com a expressão «Estou, visitei». A Agência ECCLESIA também esteve e visitou a «outra» celebração de Fátima.

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